«Caminhar todos os dias nos Walthamstow Marshes, uma zona verde grande e aberta ao lado de um canal, para ver peneireiros, as desgrenhadas garças-reais e os botões dourados das atanásias fazia-me sentir segura. Tornou-se a minha desintoxicação: suavizava a minha rudeza e voltou a colar os meus cacos. As caminhadas eram reconfortantes – eu voltava para o meu apartamento com a mente calma e o espírito leve – e também emocionantes, devido à vida selvagem e à variedade de cores que eu podia encontrar. O céu era diferente todos os dias.» (p. 24)
«Eu sabia antecipadamente
que caminhar junto ao mar ou no
bosque era uma coisa agradável, capaz de fazer com que as pessoas se sentissem
calmas e relaxadas. Eu sabia vagamente que fazer exercício ou uma caminhada com amigos era bom para a saúde
mental. Por vezes, fazia isso mesmo quando me sentia em baixo. Mas não tinha
consciência de que a essência disso – a geometria, os cheiros, os sons, as
cores e as texturas – poderia ter um poder transformador tão grande.»
(p. 27)
«Quanto mais lia, caminhava e escutava, mais tomava consciência:
se perdermos a nossa relação com o mundo natural, poderemos, de certo modo,
estar a perder uma parte de nós mesmos e uma profunda experiência psíquica de que
todos precisamos. Precisarão os seres humanos do tónico da natureza para serem
felizes? Precisaremos dos bens e serviços da natureza não só para nos mantermos
vivos fisicamente, mas também a um nível mental, emocional e espiritual?»
(p. 29)
Livro:
Jones, Lucy. 2023. Perder
o Paraíso – As nossas mentes precisam da natureza. Lisboa: Temas &
Debates/Círculo de Leitores, pp. 264. ISBN 978-989-644-729-8
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