sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

Natureza Selvagem

 E porque ontem se comemorou a Festa das Candelárias ou das Candeias – o início da Primavera dos celtas (o Imbolc) – e estamos quasi no plenilúnio, será uma excelente altura para fazer uma caminhada na natureza, de nos reconciliarmos com a natureza, de nos lembrarmos que somos natureza…

«Nós somos animais no sangue e na pele. Nós não nascemos para pavimentos e escadas rolantes, mas para trovões e lama. Mais, nós somos animais não só no corpo, mas no espírito. As nossas mentes são mentes de animais selvagens. Os artistas, que se lembram mais vivamente da sua natureza selvagem, são animais que levantam a cabeça e captam perspicazmente um rasgo de perfume selvagem no ar e eles sabem-no inequivocamente, eles sabem que o impulso selvagem que seguem através da vida é afivelado por uma estranha e absoluta obediência (…) As crianças sentem-no como um jogo mágico e intemporal. Os xamãs e os rebeldes inveterados sabem-no; aqueles que não podem tresmalhar-se para fazer um trabalho de sensibilidade e viver fora dos grandes centros urbanos sabem-no. O que é selvagem não pode ser comprado ou vendido, emprestado ou copiado. É. Inconfundível, inesquecível, elementar como a terra e o gelo, a água, o fogo e o ar, a quintessência, o puro espírito, o indivisível. Não percas a tua natureza selvagem: é preciosa e indispensável

Jay Griffiths – Wild: An Elemental Journey (Penguin Books, 2006)


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