"Santerreando"
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Já fomos nómadas por necessidade, e parece ter permanecido algo disso ao longo dos milénios. Se o acto de caminhar é para os cristãos um acto de purificação, certo é que ele está presente em qualquer religião. Jerusalém e Meca são outras dessas terras sagradas, destinos de longas peregrinações, e desde a antiga Babilónia que há registos de deslocações de massas. No hinduísmo, kshatrya é a casta dos guerreiros, mas também daqueles que partem em peregrinação, numa missão.
Kinhin é, para os budistas, o acto de “caminhar em meditação”. “Além do mais, é preciso que caminhe como um camelo, que dizem ser o único animal que rumina enquanto anda”, aconselha Thoreau no ensaio “Caminhando”, publicado logo após a morte do escritor norte-americano, em 1862. O ritmo engana o cansaço. O silêncio impõe-se, apenas entrecortado pela saudação dos outros peregrinos, a senha desta vasta família de desconhecidos. “Buen camino!”. (...)»
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