terça-feira, 31 de outubro de 2017

Nas encostas dos Himalaias

«Nas encostas dos Himalaias só existem as encostas dos Himalaias. É à distância, ou na memória, ou na imaginação que os Himalaias assumem toda a sua altitude, e até um pouco mais.»
Fernando Pessoa

António Coelho © Bruno Carvalho no Campo Base do Everest (Himalaias, 2003)

Em memória do amigo Bruno Carvalho; falecido, no Trono dos Deuses (Shisha Pangma, 8013 m), de 31 de Outubro para 1 de Novembro de 2006…

De Cimo a Cimo

LER E ESCREVER

«De quanto se escreve, só amo o que alguém escreve com o seu sangue. Escreve com sangue, e descobrirás que o sangue é espírito.
Não é nada fácil compreender o sangue alheio; eu detesto todos os que lêm como ociosos.
Quando se conhece o leitor, já nada se faz pelo leitor. Mais um século de leitores, e o próprio espírito será um fedor.
Que toda a gente tenha o direito de aprender a ler, eis o que com a continuação vos aborrece não somente de escrever mas de pensar.
Outrora o espírito era Deus, depois fez-se homem, agora transforma-se em populaça.
O que escreve com o seu sangue e em máximas não quer ser lido, mas decorado.
Nas montanhas, o caminho mais curto vai de cimo a cimo; mas para isso é preciso ter pernas altas. As máximas devem ser cumieiras, e aqueles a quem as destinas devem ser esbeltos e altos.
O ar leve e puro, o perigo próximo e o espírito pleno de alegre malícia, tudo isto se harmoniza maravilhosamente.
Gosto de me ver rodeado por duendes maliciosos, porque sou corajoso. A coragem afugenta os fantasmas, mas cria os seus próprios duendes. A coragem gosta de rir.
Sinto todas as coisas diferentemente de vós; a nuvem que distingo abaixo de mim, escura e carregada, e de que me rio – é para vós uma nuvem tempestuosa.
Vós olhais para cima, porque aspirais a elevar-vos. E eu, como estou no alto, olho para baixo.
Qual de vós sabe ainda rir, mesmo depois de ter atingido o alto?
(…) Eu aprendi a andar: desde então deixei de esperar que me empurrassem para mudar de sítio.
Vede como me sinto leve; vede, estou a voar; vede, agora vejo-me do alto, como um pássaro; vede, um Deus dança em mim.»
Assim falava Zaratustra.
[NIETZSCHE, 1985:45-47]

Pedro Cuiça © Vale de Baztan (Navarra, 28/Out. 2017)

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
NIETZSCHE, Friedrich. Assim Falava Zaratustra. Lisboa: Guimarães Editores, 1985, pp. 376.


E, com-tudo:
«Nasceste com asas. Não foste feito para rastejar. Logo não rastejes e assume as tuas asas.»
Jalāl-ad-Dīn Muhammad Rūmī (séc. XIII)

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

E folhas ao vento

No coração do silêncio 
[Pedro Cuiça ©  Serra dos Candeeiros (15/Out. 2017)]

«Goza o concreto sabendo-o abstrato.»
Agostinho da Silva

Na sequência de uma formação na área das actividades de ar livre, que decorreu no passado fim-de-semana, dei por mim num estado de espírito incomodativamente perturbante: uma sensação de notório desagrado aparentemente indizível, inominável e, portanto, inenarrável. No entanto, tal aparência não passava disso mesmo, tendo em conta que o fenómeno era não só definível como explanável em grande parte.
O andar a pé pode constituir um ponto de partida e/ou um fio condutor de diversificadas vivências profundas. Por exemplo, na linha da designada “caminhada holotrópica”, em torno da ecosofia e da eco-espiritualidade com base em exercícios direccionados ao sentir, demandar e des(en)cobrir a Natureza. Todavia, no passado fim-de-semana estivemos apartados de tais experimentalismos, nem era suposto, expectável ou desejável que tal ocorresse. Os exercícios incidiram num conjunto de abordagens e de técnicas centradas na prática, mais costumaz, da chamada “caminhada pedestre” ou “pedestrianismo”! A fenomenologia emocional de que padeci não se deveu, contudo, a tais abordagens que, aliás, podem (e devem) ser, por sinal, muito interessantes e susceptíveis de originarem importantes frutos. Ademais, não é condição necessária, e menos ainda obrigatória (?), que as praxis em causa busquem as profundezas ou seja o que for enquanto (espartilhante ou monotonamente) único. A desatenção plena será tão desejável nalgumas circunstâncias quanto a atenção plena noutras, tal como a superficialidade nalgumas ocasiões quanto a profundidade noutras tantas. São estas ambivalências do sentir/fazer que permitem abranger o mais amplo e desejável espectro de possibilidades do ser… A simplicidade não implica ser simplório, ignorante e, menos ainda, fanático ou adepto de tiranias! E, na linha de Agostinho da Silva, apetece-me dizer que não sou nem do ortodoxo, nem do heterodoxo, mas sim do paradoxo.
O incómodo que me assaltou terá sido uma espécie de efeito secundário daquilo que se poderá designar por “distopia pós-moderna anti-natural e pretensamente igualitária”, plena de ruídos, enganos ou leviandades dans l'air du temps… Talvez nesse dia estivesse extraordinariamente saudoso da utopia espartana híper-natural que tanto valorizo e aprecio, da nobreza do ser, do virtuosismo da simplicidade, da perfeição e da elaboração cuidada, da vontade de excelência, do dever a cumprir arduamente, monasticamente… E, simultaneamente, de um sentimento de extraordinária leveza, de uma subtil impermanência, da insubstancialidade e da inter-dependência de/entre todos os seres. Talvez nesse dia estivesse assaltado por recorrentes saudades do futuro, na busca de um novo/velho andar, a-final de um andar bem.
As nossas fraquezas podem ser forças e, muitas vezes, o importante não é o que fazemos mas sim a forma como fazemos. E cada vez que nos “confrontamos” com a Natureza não é possível enganar-nos, tal como não podemos enganar o cavalo se formos o cavaleiro! Qualquer tempo e espaço são sagrados porque estão no interior da consciência. Daí a importância da atenção e da intenção… E, neste contexto, meia palavra deveria bastar ou, melhor ainda, o belo e esclarecedor silêncio.
A linguagem verbal ou escrita não permite apreender a essência do real, exceptuando por vezes através da poesia, e o seu mau uso pode não só gerar graves equívocos como ser extremamente perturbador. Afortunadamente podemos partir do ruído da linguagem até ao silêncio: a pedra angular do carácter e simultaneamente o Grande Mistério. E a verdade encontrar-se-á no coração do silêncio.

«There is a language older by far and deeper than words. It is the language of bodies, of body on body, wind on snow, rain on trees, wave on stone. It is the language of dream, gesture, symbol, memory. We have forgotten this language. We do not even remember that it exists.»
Derrick Jensen

Porque amanhã vem aí chuva... E já não era sem tempo! 
[Pedro Cuiça ©  Serra dos Candeeiros (14/Out. 2017)]


Que tempo o tempo tem? E folhas ao vento... 
[Pedro Cuiça ©  Serra dos Candeeiros (15/Out. 2017)]


O tempo geo... lógico 
[Pedro Cuiça ©  Serra dos Candeeiros (15/Out. 2017)]

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Uma Forma de Transcendência

710 anos após a fatídica sexta-feira 13, de Outubro de 1307, é propício lembrar o bom combate contra "a ignorância, o fanatismo e a tirania)...
Lisboa, 13 de Outubro de 2017

© Nicholas Roerich

O Montanhismo, tal como a escalada, para além da componente física, será também uma profunda experiência emocional, uma atracção pela liberdade dos vastos espaços verticais, pela grandiosa beleza do mundo mineral, pela simplicidade e pela rusticidade. Subir montanhas será igualmente um meio de (re)ligação à natureza, uma forma de transcendência
(CUIÇA, 2010: 27)

© Nicholas Roerich


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
CUIÇA, Pedro. Guia de Montanha – Manual Técnico de Montanhismo I. Lisboa: Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal/Campo Base, 2010, pp. 224.

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Treinadores de Montanha


Na sequência do enquadramento legal que estabeleceu o Plano Nacional de Formação de Treinadores (PNFT) e após um intenso trabalho de definição dos referenciais específicos que culminaram na realização do primeiro Curso de Treinadores de Montanha – Grau I, no ano passado, o Centro de Formação da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal/Escola Nacional de Montanhismo (FCMP/ENM) acaba de concretizar os dois módulos de aulas e avaliações práticas da segunda edição do curso que segue agora para a fase de estágios. O primeiro módulo, que decorreu na Serra da Estrela, de 22 a 24 de Setembro, centrou-se na avaliação das capacidades de orientação (posicionamento e navegação) dos formandos, tal como nas técnicas de progressão em montanha (marcha e rapel). O segundo módulo, que teve lugar nas penínsulas de Setúbal e Lisboa, de 5 a 8 de Outubro, foi dedicado inteiramente à escalada: técnicas de escalada desportiva e de escalada clássica em rocha (no Fojo – Arrábida), didáctica da escalada (na EAE – Estrutura Artificial de Escalada do Colégio Marista de Carcavelos) e técnicas de rapel (no Penedo da Amizade – Sintra). Os módulos de aulas e avaliações no terreno realizaram-se depois das aulas teóricas das componentes geral e específica, que decorreram em regime e-learning e culminaram na realização dos testes escritos presenciais. Agora seguem-se os respectivos estágios, de cada um dos formandos que obtiveram avaliação positiva, com início em Dezembro e uma duração mínima de 10 meses, numa entidade de acolhimento (associação ou empresa), sob a orientação de um tutor detentor do Título Profissional de Treinador de Desporto (TPTD), de Grau II ou de Grau III, nas modalidades de Alpinismo, Montanhismo e/ou Escalada.
O TPTD de Montanha – Grau I atesta a competência dos respectivos detentores para enquadrarem e treinarem praticantes, num nível de iniciação, em actividades de montanhismo (em média montanha) e de escalada (em vias de um só largo, com acesso pedonal ao topo e à base).

Dia de técnicas de progressão em Montanha [António Ramos © algures (Serra da Estrela, Set. 2017)]

Dia de técnicas de escalada desportiva [Pedro Cuiça © Fojo (Serra da Arrábida, Out. 2017)]

Dia de técnicas de escalada clássica [Pedro Cuiça © Fojo (Serra da Arrábida, Out. 2017)]

Dia de técnicas de didáctica da escalada [Pedro Cuiça © Colégio Marista (Carcavelos, Out. 2017)]

Dia de técnicas de rapel [Pedro Cuiça © Penedo da Amizade (Serra da Sintra, Out. 2017)]

Testes teóricos presenciais [Pedro Cuiça © Sala de Formação FCMP (Lisboa, Out. 2017)]

D'a Rosa...

«O que escala os mais elevados montes ri-se das cenas trágicas do palco como da gravidade trágica da vida.
Corajosos, despreocupados, zombeteiros, imperiosos, assim nos quer a sabedoria; é mulher e só pode amar os guerreiros.
(…) O que temos de comum com o botão de rosa que verga sob o peso de uma gota de orvalho?
(…) E quanto a mim, que gosto da vida, parece-me que aqueles que melhor se entendem com a felicidade, são as borboletas e as bolas de sabão, e tudo o que entre os homens se lhes assemelhe.»
(Nietzsche, 1985: 46)


© da net (?)

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
NIETZSCHE, Friedrich. Assim Falava Zaratustra. Lisboa: Guimarães Editores, 1985, pp. 376.



quarta-feira, 11 de outubro de 2017

O Tentador...

...e/ou aquele que tenta?


Escalar altas montanhas a fim de tentar o Tentador?
(NIETZSCHE, 1985: 29)


A ÁRVORE NA MONTANHA
Zaratustra tinha notado que um mancebo o evitava. E uma tarde, ao atravessar sozinho as montanhas que dominam a cidade denominada «Vaca Malhada», eis que encontrou no seu caminho esse mancebo sentado ao pé de uma árvore, dirigindo ao vale um olhar cansado. Zaratustra enlaçou a árvore a que o mancebo se encostava e disse:
«Se eu quisesse sacudir esta árvore com as minhas mãos, não seria capaz.
Mas o vento, que não vemos, açoita-a e dobra-a como lhe apraz. As mãos invisíveis são hábeis entre todas em nos dobrar e açoitar à sua vontade».
A tais palavras o mancebo levantou-se estupefacto e exclamou: «Estou a ouvir Zaratustra, e era precisamente nele que estava a pensar».
Zaratustra replicou: «Que te leva a ter medo? O que sucede à árvore sucede ao homem.
Quanto mais aspira a subir para as alturas e para a luz, mais as suas raízes aspiram a mergulhar na terra, nas trevas, nas profunduras – no mal».
«Sim, no mal – exclamou o mancebo. Como é possível teres descoberto a minha alma?»
Zaratustra sorriu e disse: «Há almas que nunca descobriremos, a não ser que as tenhamos inventado».
«Sim, no mal!» – repetiu o mancebo – «Disseste a verdade Zaratustra. Já não tenho confiança em mim desde que aspiro a elevar-me às alturas e já ninguém tem confiança em mim. A que se deve isto?
Mudo depressa demais. O meu Eu de hoje contradiz o meu Eu de ontem. Com frequência salto degraus quando subo – e nenhum degrau mo perdoa.
Quando chego acima, acho-me sempre só. Ninguém me dirige a palavra, a solidão glacial obriga-me a tiritar. O que venho eu então procurar nas alturas?
O meu desejo e o meu desprezo crescem a par; quanto mais me elevo, mais desprezo o que se eleva.  Que vai ele procurar nas alturas?
Como me envergonho de subir aos tropeções! Como troço do meu fôlego ofegante! Como odeio aquele que tem asas! Como me sinto cansado de ter subido tão alto!»
Aqui o mancebo calou-se. E Zaratustra, olhando atento a árvore a que estavam encostados, assim lhe falou:
«Esta árvore cresceu solitária na montanha; ultrapassou no seu crescimento homens e animais.
E se quisesse falar, ninguém havia que a pudesse compreender, tanto cresceu.
Agora espera, espera sem cessar – mas o quê? Habita demasiado perto da morada das nuvens, decerto espera o raio que não tardará a vir».
Quando Zaratustra acabava de dizer estas palavras, o mancebo dominado por uma violenta agitação exclamou: «É verdade, Zaratustra, dizes bem. Ao procurar as alturas, aspirava à minha queda, e tu és o raio que esperava. Olha: que sou eu desde que tu nos apareceste? Foi a inveja que te tenho que me destruiu!» Assim falou o mancebo, chorando amargamente. Zaratustra, cingindo-o com o seu braço, levou-o consigo.
E depois de andarem juntos durante algum tempo, Zaratustra começou a falar assim:
«Tenho o coração dilacerado. Melhor do que as tuas palavras, dizem-me os teus olhos o perigo em que estás.
Ainda não és livre, procuras ainda a verdade. Foi esta procura que te fez passar noites em claro, e exasperou a tua consciência.
Queres escalar as livres alturas, a tua alma aspira às estrelas. Mas os teus maus instintos também têm sede de liberdade.
Os teus cães selvagens querem libertar-te; ladram de alegria na tua cave enquanto o teu espírito tende a abrir todas as prisões.
Tu és ainda, como verifico, um prisioneiro que sonha com a liberdade. Ai! alma destes presos torna-se prudente, mas também astuta e má.
Até o espírito libertado precisa ainda de se purificar. Guarda ainda sobre si a sombra da sua prisão e o cheiro a bafio; é preciso ainda que a sua vista se purifique.
É certo, conheço o perigo em que estás. Mas conjuro-te, em nome do meu amor e da minha esperança, não repudies nem o teu amor nem a tua esperança!
Ainda te reconheces nobre, assim como nobre te reconhecem os que te querem mal e te olham com maus olhos. Fica sabendo que o homem nobre é uma pedra de toque no caminho de todos os outros.
Até para os bons o nobre é um obstáculo, e até quando lhe chamam bom, é tão sòmente uma maneira de o pôr de parte.
O homem nobre quer criar alguma coisa nova e uma nova virtude. O bom deseja as velhas coisas, e conservar tudo o que é velho.
E o perigo para o nobre, contudo, não é tornar-se bom, mas insolente, trocista e destruidor.
Ah! quantos nobres corações assim conheci, que perderam a sua mais elevada esperança! E depois caluniaram todas as elevadas esperanças.
Desde então têm vivido uma vida de minguadas aspirações, feita de alegrias breves, sem ver mais longe que de um dia para outro.
«O espírito é também voluptuosidade», diziam. E quebravam as asas do seu espírito. Agora rastejam e maculam tudo o que consomem.
Noutro tempo pensavam fazer-se heróis; agora são apenas gozadores. O herói é para eles aflição e espanto.
Mas, em nome do meu amor e da minha esperança, eu te conjuro: não repudies o herói que há em ti! Venera piedosamente a tua mais elevada esperança!»

Assim falava Zaratustra.
(NIETZSCHE, 1985: 47-50)


© da net (?)


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
NIETZSCHE, Friedrich. Assim Falava Zaratustra. Lisboa: Guimarães Editores, 1985, pp. 376.




terça-feira, 10 de outubro de 2017

Vem subir o Pico

Vem SUBIR O PICO connosco, em Fevereiro de 2018, numa actividade Green Trekker... Uma oportunidade única de atingir o ponto mais alto de Portugal  o Piquinho  – e de conhecer os encantos de uma das ilhas mais belas dos Açores: a Ilha Montanha. A actividade inclui também a realização de dois percursos pedestres onde se irão revelar antigos segredos da ilha e dar a conhecer o diversificado património picaroto: geologia, flora e fauna, arquitectura e gastronomia, entre outras interessantes facetas.

Pedro Cuiça © Ilha do Pico (Açores, Mar. 2016)

«O Pico é a mais bela, a mais extraordinária ilha dos Açores, duma beleza que só a ela pertence, duma cor admirável e com um estranho poder de atracção. É mais do que uma ilha – é uma estátua erguida até ao céu e moldada pelo fogo (…).»
Raúl Brandão in As Ilhas Desconhecidas (1926)


Pedro Cuiça © Ilha do Pico (Açores, Mar. 2016)



quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Saunter

© da net (?)

Hiking : "I don't like either the word or the thing. People ought to saunter in the mountains - not hike! Do you know the origin of that word 'saunter?' It's a beautiful word. Away back in the Middle Ages people used to go on pilgrimages to the Holy Land, and when people in the villages through which they passed asked where they were going, they would reply, 'A la sainte terre,' 'To the Holy Land.' And so they became known as sainte-terre-ers or saunterers. Now these mountains are our Holy Land, and we ought to saunter through them reverently, not 'hike' through them."

John Muir

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Há ir e voltar

Na sequência de intensas experiências minimalistas e após uma morosa recuperação de uma fasceíte plantar, voltei aos experimentalismos da minha adolescência, na base do calçado robusto para terrenos e desempenhos exigentes.  Depois de um “descanso forçado”, é tempo de regressar a actividades “puras e duras”, a treinos preparatórios de novos desafios, a um up-grade da “ciência do concreto”. Foi neste contexto que deparei com as interessantes botas S-Karp, fabricadas na Roménia, e que adquiri um par no passado fim-de-semana em Braşov. Estas são agora alvo de uma diversão que me relembra estados motivacionais de outras idades. Já não tenho 20 anos – na verdade contabilizo mais de duas décadas em cada perna :) – mas continuo a sentir a inspiradora alegria de ir (joy to go). 



Nota: a publicidade em causa é declaradamente gratuita tendo em conta que comprei as Bocanci Ascent MT, tal como a generalidade do equipamento que utilizo; não sou patrocinado por nenhuma marca e esse facto implica que tenho de suportar todas as despesas (elevadas) inerentes à necessidade de equipar-me mas, por outro lado, também me dá a liberdade de escolher as marcas e os modelos que bem entenda, tal como pronunciar-me de forma isenta sobre os mesmos.