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Como a escritora Jay Griffiths afirmou: «Às crianças (…) é negado o remédio da alma que sempre tratou o seu ânimo: a floresta».
(p. 68)
[U]ma mulher de idade avançada estava deprimida com o envelhecimento e a recuperação do tratamento do cancro. A caminhada levou-a até um conjunto de árvores. «Ela ficou fascinada com a ideia de que quando olhamos para as árvores, damos muito mais valor às árvores velhas do que às jovens. Para ela, foi um olhar espantoso sobre a sua vida; ninguém se preocupa com cortar uma árvore jovem, mas não vamos arrancar um abeto com seiscentos anos. Para ela – e para mim, já agora – foi muito importante para dar um valor diferente à idade.»
(p. 124)
Menos conhecidos são os seus escritos sobre a relação humana com o resto da natureza e as suas próprias origens. [O psiquiatra e psicanalista Carl Gustav] Jung defendia que passar tempo na natureza é fundamental para uma psique saudável. Numa carta de 1947 dirigida a um colega, afirmava: «Tens de continuar à procura de ti mesmo, e irás encontrar-te outra vez nas coisas simples e esquecidas. Porque não te embrenhas na floresta durante algum tempo, literalmente? Por vezes, uma árvore diz-nos mais do que podemos ler nos livros. Ele também disse que as pessoas de meia-idade precisam mais de uma «experiência do numinoso» do que os jovens, como ajuda para atravessarem a segunda fase da vida. A palavra «numinoso» deriva do latim numen. Que significa a vontade divina, influência divina ou poder dos deuses, ou uma divindade. Jung referia-se a uma experiência com uma qualidade espiritual ou sobrenatural.
(pp. 182-183)
LIVRO
JONES, Lucy. 2023. Perder o paraíso - As nossas mentes precisam da natureza. Lisboa: Temas & Debates/Círculo de Leitores
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