Pedro Cuiça © Serra de Sintra (23 de Fevereiro de 2019)
Pedro Cuiça © Serra de Sintra (23 de Fevereiro de 2019)
«E eu caminhava sozinho
sob as estrelas serenas e, nessa altura,
sob as estrelas serenas e, nessa altura,
sentia todo o poder que há no som…
E ficava ali,
no meio da noite enegrecida pelo
aproximar da tempestade,
debaixo de uma pedra, escutando as
notas que são
a linguagem espectral da Terra antiga
ou que vivem obscuras nos ventos
distantes.
Foi aí que bebi o poder visionário.»
William Wordsworth
«Lamentemos aqueles que nunca puderam
isolar-se e não sabem viajar senão em grupo. São pessoas que afugentam na sua
frente, para onde quer que se dirijam, a soledade e o recolhimento.»
Norbert Casteret
«Compreendes a vastidão da Terra? Onde fica o caminho para a morada da luz, e qual é o caminho da escuridão?»
Livro de JobEstive à espera de companheiros para uma “passeata” matinal até ao Penedo da Amizade, mas nenhum apareceu! Companheiros humanos, com quem se partilha o pão, no sentido concreto e/ou metafórico, entenda-se. Numa espécie de ágape material e/ou espiritual… O espaço, esse, estava magnífico como é seu apanágio. Nessa manhã de sabat não foi ponto de (re)união do pequeno grupo, conforme esperava, mas em contrapartida revelou-se uma ágora fora do vulgar, uma praça natural de encontro entre-seres.
Foi ágORA somente depois da espera, quando se
tornou manifesta a hORA de partida e, para além de especulações de salão, nos
adentrámos “into the fairies forest”.
Nem só, nem mal acompanhado. Como estar sozinho rodeado de tantas árvores e por
tão diversificado cantar da passarada? Como estar mal acompanhado pelas irmãs árvores
e pelos irmãos pássaros, entre outros tantos seres nossos próximos? Até os
rochedos graníticos são extraordinários nas suas características e
singularidades… Até no jejum há partilha, porque nem só de pão vive o Homem e
aqui a abundância é de outro tipo. No cimo da PEN(h)A da Amizade os panoramas
dilataram-se sobre a floresta abaixo e as planuras que se estendem, a ocidente
e a norte, até à linha do horizonte…
Quando as turísticas e ruidosas “aves de
arribação” começaram a chegar em força, trazendo consigo o desassossego à
serra, estava eu “de volta” (ou, melhor, de regresso da volta) pronto a rumar a
outras paragens, revigorado e (re)animado. Só? Foi mesmo “só rir”,
por este caricato sábado de manhã e... certamente pela boa disposição resultante do ambiente fantástico.
Pedro Cuiça © Serra de Sintra (23 de Fevereiro de 2019)
Pedro Cuiça © Serra de Sintra (23 de Fevereiro de 2019)
Pedro Cuiça © Serra de Sintra (23 de Fevereiro de 2019)
Pedro Cuiça © Serra de Sintra (23 de Fevereiro de 2019)
Pedro Cuiça © Serra de Sintra (23 de Fevereiro de 2019)
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