domingo, 24 de fevereiro de 2019

A Magia do Sensível

SINT(r)A: a Magia do Sensível...

Pedro Cuiça © Serra de Sintra (23 de Fevereiro de 2019)

Pedro Cuiça © Serra de Sintra (23 de Fevereiro de 2019)

«E eu caminhava sozinho
sob as estrelas serenas e, nessa altura,
sentia todo o poder que há no som…
E ficava ali,
no meio da noite enegrecida pelo aproximar da tempestade,
debaixo de uma pedra, escutando as notas que são
a linguagem espectral da Terra antiga
ou que vivem obscuras nos ventos distantes.
Foi aí que bebi o poder visionário.»
William Wordsworth

«Lamentemos aqueles que nunca puderam isolar-se e não sabem viajar senão em grupo. São pessoas que afugentam na sua frente, para onde quer que se dirijam, a soledade e o recolhimento.»
Norbert Casteret

«Compreendes a vastidão da Terra? Onde fica o caminho para a morada da luz, e qual é o caminho da escuridão?»
Livro de Job

Estive à espera de companheiros para uma “passeata” matinal até ao Penedo da Amizade, mas nenhum apareceu! Companheiros humanos, com quem se partilha o pão, no sentido concreto e/ou metafórico, entenda-se. Numa espécie de ágape material e/ou espiritual… O espaço, esse, estava magnífico como é seu apanágio. Nessa manhã de sabat não foi ponto de (re)união do pequeno grupo, conforme esperava, mas em contrapartida revelou-se uma ágora fora do vulgar, uma praça natural de encontro entre-seres.  
Foi ágORA somente depois da espera, quando se tornou manifesta a hORA de partida e, para além de especulações de salão, nos adentrámos “into the fairies forest”. Nem só, nem mal acompanhado. Como estar sozinho rodeado de tantas árvores e por tão diversificado cantar da passarada? Como estar mal acompanhado pelas irmãs árvores e pelos irmãos pássaros, entre outros tantos seres nossos próximos? Até os rochedos graníticos são extraordinários nas suas características e singularidades… Até no jejum há partilha, porque nem só de pão vive o Homem e aqui a abundância é de outro tipo. No cimo da PEN(h)A da Amizade os panoramas dilataram-se sobre a floresta abaixo e as planuras que se estendem, a ocidente e a norte, até à linha do horizonte…
Quando as turísticas e ruidosas “aves de arribação” começaram a chegar em força, trazendo consigo o desassossego à serra, estava eu “de volta” (ou, melhor, de regresso da volta) pronto a rumar a outras paragens, revigorado e (re)animado. Só? Foi mesmo “só rir”, por este caricato sábado de manhã e... certamente pela boa disposição resultante do ambiente fantástico.

Pedro Cuiça © Serra de Sintra (23 de Fevereiro de 2019)

Pedro Cuiça © Serra de Sintra (23 de Fevereiro de 2019)

Pedro Cuiça © Serra de Sintra (23 de Fevereiro de 2019)

Pedro Cuiça © Serra de Sintra (23 de Fevereiro de 2019)

Pedro Cuiça © Serra de Sintra (23 de Fevereiro de 2019)

Pedro Cuiça © Serra de Sintra (23 de Fevereiro de 2019)

Pedro Cuiça © Serra de Sintra (23 de Fevereiro de 2019)

Sem comentários:

Enviar um comentário