[Primeira-feira: DIA DO SOL]
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«Um dos primeiros santos inconvertidos,
Sem as cores do meio-dia ou do
entardecer,
Pagão sem mácula,
Que usurpou o dia civil,
E que sempre depois do seu nascimento
Percorreu os confins da Terra.»
[THOREAU, 2018: 71]
«Quando passámos debaixo da ponte
sobre o canal, mesmo antes de atingirmos o Merrimack, as pessoas que estavam a
sair da igreja pararam a olhar para nós lá de cima, e aparentemente, por força
do hábito, permitiram-se fazer certas comparações pagãs; mas éramos nós quem verdadeiramente observava este dia de sol.
Segundo Hesíodo,
«O sétimo é um dia santo,
Pois foi então que Latona gerou Apolo de raios dourados»,
e pelas nossas contas este era o sétimo dia da semana, e não o primeiro.»
[THOREAU, 2018: 91]
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«Os deuses gregos são jovens,
pecadores, deuses caídos, com os vícios dos homens, mas, em muitos aspectos
importantes, essencialmente de raça divina. No meu Panteão, Pã ainda reina na
sua glória pristina, com o seu rosto rosado, a sua barba solta e o seu corpo
hirsuto, o seu cachimbo e o seu cajado, a sua ninfa Eco e a sua filha eleita
Iambe; com efeito, o grande deus Pã não está morto, ao contrário do que se
dizia. Os deuses não morrem.
(…)
Felizes de nós que podemos
deliciar-nos neste quente sol (…) que ilumina todas as criaturas, quando
repousam e quando labutam, não sem um sentimento
de gratidão, e cuja vida é tão irrepreensível, por mais digna de repreensão
que possa ser, tanto no dia da Lua do
Senhor como no Seu dia do Sol*.»
[THOREAU, 2018: 92]
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NOTAS
*Nota do Tradutor (Luís Leitão): nesta
passagem, Thoreau escreve Mona-day
(«dia da Lua», segunda-feira) e Suna-day
(«dia do Sol», domingo).
Nota Pedestris: e assim dir-se-ia que finaliza
e/ou (re)começa mais um ciclo, mas o tempo circular não tem princípio nem fim!
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
THOREAU, Henry David. Uma Semana nos Rios Concord e Merrimack. Lisboa, Antígona, 2018, pp. 432.
ISBN 978-972-608-300-9
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