«O destino de alguém nunca é
um lugar,
mas sim uma nova
forma de ver as coisas.»
Henry Miller
Acrílico sobre madeira: Lima de Freitas © A Montanha da Lua (1988)
A religião cristã possui três locais considerados santos que,
durante séculos, foram alvo de atracção por parte de crentes: Santiago de
Compostela, Roma e Jerusalém. (…) O impulso que conduz, na modernidade, a
empreender uma peregrinação a pé, nem que seja uma vez na vida, até um lugar
longínquo, quantas vezes fora do seu país de origem, não resulta certamente do
fenómeno costumaz a que se convencionou chamar «turismo». Este não será mais do
que uma tentativa, algo diletante e superficial, de colmatar uma necessidade
profunda que se traduz na viagem. Mas, sendo a viagem o meio, o que interessa
nestas «matérias de fé» são os fins: «conhecer-nos a nós próprios como parte integrante
de um todo de dimensões muito mais vastas do que as da nossa casa, aldeia,
cidade ou país».
[CUIÇA, 2015: 31-32]
A geografia do sagrado justificará, per si, o caminhar na paisagem (exterior) em busca de fortes energias
telúricas e genius loci, todavia
quantas vezes para afinal descobrir, no fechar (ou abrir?) do círculo, que a
luz sempre se encontrou no exacto lugar de partida e de chegada: o sacro templo
do ser (interior).
Referência
bibliográfica
CUIÇA, Pedro. Passo a Passo – Manual de Caminhada e Trekking.
Lisboa: A Esfera dos Livros, 2015, pp. 312. ISBN 978-989-626-721-6
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