Relâmpagos, trovoada, chuva, vento do quadrante sul e uma temperatura nocturna que dificilmente deixava adivinhar a chegada do Outono. Depois veio a calma numa noite magnificamente iluminada pela Lua Cheia. Intensa luminosidade que durou até quase ao "pôr-da-lua" a oeste, e que apenas foi ofuscada pelo crepúsculo; o rápido clarear do céu que anunciou o novo dia com a chegada dos primeiros raios solares...
A floresta despertou num intenso chilrear de passarada, vi coelhos a brincar despreocupadamente por entre os arbustos enquanto ao longe, lá bem alto, se ouvia o som inconfundível de uma Águia-de-asa-redonda. Os aromas intensos da terra molhada, da flora e da fauna, amplificados pela humidade do ar, mesclavam-se num rodopio de sensações olfactivas, deixando adivinhar a passagem de uma raposa, a ocorrência de cogumelos e outros inconfundíveis sinais. Lembrei-me da razão pela qual, desde criança, gosto das andanças em solitário nos espaços de plein air...
Enfim, já regressei à realidade urbana, que se poderia denominar Pesadelo em Ar Condicionado e que tão bem deu título a um livro de Henry Miller. Mas os espaços de ar livre continuam a existir, cada vez mais confinados e adulterados, é certo, mas "eles andam aí"... E facto é que o Outono, mais uma vez, chegou :)
24 de Setembro de 2010
© Vicent Van Gogh
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