sábado, 29 de abril de 2023

When I walk, we walk


DR© Rocha da Mina (Alandroal, Abril 2023)


As I walk the woods, I can feel that at any given moment, two worlds are surrounding me: besides the visible world, there is the invisible world made of energies, mysteries, information, and intelligence. This other, hidden world is constantly communicating with us, or at least is trying to. When we walk away from the many noises and distractions we are usually creating, it brings us inspiration, ideas, stories and every aid we need in order not only to survive, but to fulfill our Destiny.

Many mystics, even in modern times, claim to be familiar with such an invisible network we humans can tap into. (…) Loren McIntyre, the iconic National Geographic explorer and writer recalls an incident when he was lost in Amazon region and ended up living with an uncontacted tribe for months. Even though they could not speak each other’s languages, he became so immersed in their – entirely different – culture that he founds access to their ‘second language’, a type of telepathy which he referred to as beaming (Popescu, 1991). Biologist Rupert Sheldrake has collected over five thousand case histories to illustrate this type of instinctual, telephatic communication. He thinks of this as part of our evolutionary heritage, which used to aid our survival and therefore works best in life-and-death, emergency or distress situations involving intense emotions (Sheldrahe, 2004).

[HUNTER et al., 2019: 141 e 143]


The concept of a liminal or thin mind appears in the words of Frederic Myers and William James (Thalbourne, 1999) and more recently in the writings of Freud, Lewin and others (Hartmann, Harrison, & Zborowski, 2001). In academic parapsychology, it forms part of Bergson’s (1913) filter theory of ESP. Recently, liminality is explored in research employing the psycometric measures Transliminality (Lange, Thalbourne, Houran, & Storms, 2000), Boundary thinness (Hartmann, 1991) and related measures (Thalbourne & Maltby, 2008).

Liminality is experienced as psychological sensitivity; a fluidity of thoughts and feelings, a tendency to see agency and causality, and a heightened tendency toward experiencing ExE, including paranormal (Thalbourne, 2009), transpersonal and mystical experiences (Thalbourne & Delin, 1999). At its heart, liminality incorporates the transpersonal notion of both/and in addition to the contradictions and combinations of coherent and incoherent (paradoxical) moments of thought that are also present in the theorizing of Deleuze, Gendlin and Bion with regard to meaning making, pre-formed thoughts and insights (Hunt, 2014). Liminality is a core component in the recipe for all forms of ExE (…).

[HUNTER et al., 2019: 112-113]


LIVRO:

Jack HUNTER et al.. 2019. Greening the Paranormal - Exploring the ecology of extraordinary experience. USA/London: August Night Press.



sexta-feira, 28 de abril de 2023

Saudades do Futuro

 

Francisco Conceição ©Instituto Piaget Almada (27/04/2023)


Ontem foi um dia particularmente gratificante, na sequência da participação em duas ações de formação sob temáticas diferentes e, contudo, complementares, tendo por denominador comum «o regresso à natureza» através da prática de actividades de ar livre. Por vezes ir ao passado é uma forma de compreender o presente e, de certo modo, de percepcionar o futuro.

Primeiro ministrei uma aula de seminário, das 14:00 às 15:30, no âmbito de estágio da licenciatura em Desporto, no Instituto Piaget de Almada, sob a temática “Actividades de Ar Livre e Desportos de Montanha em Portugal – Breve abordagem socio-histórica”. Após um enquadramento sobre a revolução com início no Iluminismo e no Pré-romantismo, a nível internacional, enquanto dinamizadores de renovadas formas de ver (a estética) e de pensar (a ética), com consequências profundas no relacionamento com a natureza e a prática de actividades de ar livre, abordámos o contexto português no que concerne a implementação e o desenvolvimento do campismo, do montanhismo e do pedestrianismo/percursos pedestres. A aula presencial, que decorreu num anfiteatro do Instituto Piaget, contou com a presença da coordenadora de estágios, a Profª Renata Willig, e mais de três dezenas de alunos do estágio da licenciatura em Desporto. Merece também uma especial referência e um particular agradecimento, a conversa telefónica que tive oportunidade de fazer, na manhã de ontem, com o ex-Presidente da então Federação Portuguesa de Campismo e Caravanismo (FPCC), o Sr. Justino Valente, que, com a idade de 101 anos, me proporcionou alguns preciosos esclarecimentos acerca da  história do campismo em Portugal.



Ao final do dia, das 20:00 às 22:00, tive ainda a oportunidade de apresentar o tema “Percursos Pedestres no Território: paisagem, ecologia e ética ambiental”, no âmbito da rúbrica Palestras da Montanha, organizadas pelo Centro de Formação da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal (FCMP). As Palestras da Montanha são uma modalidade de ensino à distância (e-learning) que consiste em acções de formação contínua, de duas ou três horas de duração, com vista à atribuição de unidades de crédito para a renovação de Títulos Profissionais de Treinador de Desporto (TPTD) através da actualização de conhecimentos e de competências. A participação nas Palestras, muitas vezes gratuitas (como aconteceu ontem), está aberta, todavia, não só a treinadores como também a técnicos especialistas e a praticantes. A edição de ontem contou com a presença de cinquenta participantes de diversos pontos do país.

A Palestra iniciou-se com um enquadramento acerca do surgimento do pedestrianismo e da marcação de percursos pedestres em Portugal (no contexto europeu), versou a tipologia dos percursos existentes e a sinalética utilizada para balizar os percursos e abordou dados estatísticos (número de quilómetros de PR® e GR® homologados, número de concelhos com percursos e número de entidades promotoras), para chegar à conclusão de que chegou a altura de fazer um forte investimento na gestão ambiental de percursos: «a caminho de um futuro sustentável… andar para um melhor ambiente». Seguiram-se três temáticas – (1) paisagem, (2) ecologia e (3) ética ambiental – que serviram como linhas orientadoras de reflexão sobre que caminhos tomar para permitir um verdeiro desenvolvimento sustentável no âmbito dos percursos pedestres, que passe não só pela promoção da biodiversidade e pela defesa do património geológico, mas que vá mais além. A implementação de uma adequada gestão ambiental de percursos pedestres – culta, esclarecida e devidamente formada (e informada) – passará inevitavelmente por traçar novos caminhos e, nesse contexto, não deveremos (nem poderemos) voltar as costas aos desafios que a actualidade nos coloca. São requeridas novas formas de pensar e de agir, que passem por estratégias de renaturalização (rewilding) e que planeiem a longo prazo, com «vistas largas», garantido a qualidade de vida das gerações futuras: e isso é que é, verdadeiramente, desenvolvimento sustentável e sustentabilidade. O clímax de uma floresta poderá levar três séculos a atingir e essa deverá ser uma referência  um landmark  para aqueles que pretendem olhar (e ver) bem mais longe do que, "simploriamente", tão somente «o seu umbigo». 







sábado, 22 de abril de 2023

Ainda ERA...

 

 Pedro Cuiça © Sintra (19/04/2023)


A Direcção da European Ramblers Association (ERA), tal como o respectivo Grupo de Trabalho dos Percursos Europeus (E-paths), estão a realizar, por estes dias, um conjunto de reuniões de trabalho no nosso país, a convite da anfitriã Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal (FCMP). Neste contexto, tive o grato prazer de estar com os representantes dessa federação europeia, alguns já velhos conhecidos, em três ocasiões distintas. Na quarta-feira (19 de Abril), o dia em que chegaram a Portugal, encontrei-me com eles, ao final da tarde, no Parque de Campismo de Monsanto para, de seguida, rumarmos a Sintra, onde fizemos um pequeno passeio pedestre, seguido de um animado jantar. Na tarde de quinta-feira (20 de Abril), o grupo visitou as instalações do Centro de Formação da FCMP, situadas no Monte da Caparica, e daí partimos para a Trafaria, onde se inicia um troço do GR11-E9. O grupo teve oportunidade de, seguidamente, percorrer parte de um troço desse percurso trans-europeu, conduzido por Rúben Jordão, o técnico responsável pelo Registo Nacional de Percursos Pedestres da FCMP, Treinador de Pedestrianismo e também membro da Direcção da ERA. Na noite de sexta-feira (21 de Abril), realizou-se um jantar, num restaurante do Parque das Nações – Expo, oferecido pela FCMP, no qual estiveram presentes o presidente, João Luís Queiroz, dois vice-presidentes, Margarida Martinho e Carlos Teixeira, e dois técnicos da Federação portuguesa, tal como os “visitantes” da ERA. Uma última oportunidade para combinar novos projectos e para me despedir do grupo.

Os trabalhos prosseguem durante este sábado (dia 22 de Abril) e os representantes da ERA regressarão amanhã (23 de Abril) aos seus países de origem: Alemanha, Dinamarca, França, Países Baixos, República Checa e Sérvia.


DR © Trafaria (20/04/2023)

DR © GR11-E9 (20/04/2023)

DR © Expo (21/04/2023)


sexta-feira, 21 de abril de 2023

Percursos

 ...percursos por um Futuro Sustentável.




A Sociedade de Ética Ambiental (SEA) vai realizar um Ciclo de Tertúlias, «À/Há conversa na Estufa Fria de Lisboa», sob o mote «percursos por um Futuro Sustentável». A primeira tertúlia, já no próximo dia 30 de Abril, às 11:00, é sobre «Caminhar na Natureza: Um livro “Caminhada” de Henry David Thoreau e uma forma de ser no mundo», e será conduzida por Lavínia Pereira e Sandra Escobar. Uma interessante iniciativa sobre um livro incontornável na bibliografia sobre caminhada(s) e na própria obra literária de Thoreau. A não perder.

Seguir-se-ão mais três tertúlias de Maio a Setembro. Para mais informações, consulte a Estufa Fria de Lisboa através do telefone 218 170 996 ou através do e-mail estufafria@cm-lisboa.pt.




sábado, 15 de abril de 2023

D'o Andar Profundo

 

Pedro Cuiça © Serra de Carnaxide – Oeiras (14/04/2023)


A Roda do Ano continua a girar e, nesta fase, assistimos ao aumento diário das horas de sol, numa manifesta(da) celebração da primaveril fertilidade. Os campos estão plenos de vida, num imenso pontilhado de cores da floração, sobre múltiplas tonalidades de verde. E plenos de diversificadas sonoridades, desde o zumbido dos insectos ao chilrear da passarada, do resmalhar do arvoredo a breves sussurros, rápidos, de seres a escapulirem-se por entre o carrascal. No alto da Serra de Carnaxide podemos não só apreciar as amplas vistas panorâmicas, que se estendem para sul, como fazer parte da paisagem concreta, no aqui e agora sensorial, que se expressa muito para além da visualização e da audição. A impressão corporal da radiação solar e da brisa, a sensação térmica, o toque da vegetação herbácea e arbustiva na passagem de trilhos estreitos, e até a comoção táctil, interna, do respirar, são inseparáveis do acto de andar a pé ao/no ar livre. Não esqueçamos o piso(teio), o enraizamento do e no andar, que apresenta a sua máxima expressão no caminhar descalço, mas que também poderá ser apreendido através de um calçado adequado. E os campos, por estes dias, também apresentam uma riqueza odorífica difícil de ignorar. Os campos estão cheirosos e saborosos!

Por estas e por outras, inúmeras, razões, hoje será um dia auspicioso, certamente apropriado para caminhar, para um Andar Profundo: sentir a natureza e sentir-se (n)a natureza; que não se encontra separado mas, sim, que faz parte de um Todo, (inter)relacional e transpessoal, a que poderemos, à falta de melhor, chamar “Natureza”.


Pedro Cuiça © Serra de Carnaxide – Oeiras (14/04/2023)


sexta-feira, 14 de abril de 2023

Pelos bosques

 



Quando as crianças da aldeia o visitavam na sua cabana no lago Walden, [Henry DavidThoreau levava-as em longos passeios pelos bosques. Quando assobiava estranhos sons, os animais apareciam um a um – a marmota espreitava de baixo do mato, os esquilos corriam para ele e os pássaros pousavam-lhe no ombro.

A natureza, dizia Hawthorne, «parece adotá-lo como seu filho especial», pois os animais e as plantas comunicavam com ele. Havia uma ligação que ninguém conseguia explicar. Os ratos corriam pelos braços de Thoreau, os corvos empoleiravam-se nele, as cobras enroscavam-se-lhe nas pernas e ele encontrava sempre as primeiras flores da primavera mais escondidas. A natureza falava-lhe e Thoreau falava com ela. Quando plantou uma horta de feijões, perguntou: «Que aprenderei com os feijões e os feijões comigo?» A alegria da sua vida diária era «apanhar um pouco do pó das estrelas», dizia, ou uma «semente de um arco-íris que agarrei».

Durante essa época no lago Walden, Thoreau olhava a natureza de perto. Tomava banho de manhã e depois ficava sentado ao sol. Passeava pelos bosques, ou ficava silenciosamente agachado numa clareira, à espera de que os animais se exibissem para ele. Observava o tempo que fazia e chamava a si próprio um «inspetot autonomeado das tempestades de neve e de chuva».

(WULF, 2015: 339-349)

 



LIVRO:

WULF, Andrea. 2015. A Invenção da Natureza – As aventuras de Alexander von Humboldt, o herói esquecido da ciência. Lisboa: Temas & Debates/Círculo de Leitores.




segunda-feira, 10 de abril de 2023

Com-paixão

 

© Pedro Cuiça (8/04/2023)


Os seguidores de [Isaac] Luria [cabalista do século XVI] inventaram ritos que lhes possibilitaram participar no divino desconforto que penetrava todo o mundo. Ficavam acordados à noite clamando por Deus como amantes, lamentando a dor da separação que jaz no coração de tanta angústia humana. Eles faziam grandes caminhadas no campo, vagueando como a Sakhinah* no exílio. Porém, Luria era inflexível: não devia um abandono à autocomplacência. Os ritos da meia-noite terminavam sempre de madrugada com uma meditação sobre a reunião de Sekhinah com a Divindade. E, insistia Luria, os judeus que tinham sofrido o ostracismo deviam comportar-se compassivamente: havia penitências por prejudicar ou humilhar os outros.

 

O Caminho a Seguir

(…) Talvez devêssemos sentir-nos mais perturbados, passando algum tempo a refletir todos os dias sobre a dor que está a ser infligida tanto aos nossos companheiros humanos como ao meio ambiente, considerando as vidas desfeitas no Iémen ou na Somália devastadas pela guerra, a pobreza generalizada em África e a situação desesperada dos islâmicos Rohingya e do povo da Ucrânia. Quase todos os dias, emigrantes arriscam a morte cruzando o canal da Mancha em embarcações inadequadas, esperando encontrar refúgio no Reino Unido, e alguns afogam-se ao tentar. Porque não nos afligimos mais pela vergonhosa desigualdade em algumas das nossas cidades ricas? Londres, onde vivo, é uma das mais abastadas do mundo, contudo estima-se que um quarto da população viva na pobreza. Nos Estados Unidos, há uma disparidade mais ampla entre ricos e pobres do que em qualquer outra nação desenvolvida, e ao longo das últimas décadas esse fosso de riqueza mais do que duplicou.

(…) A religião convoca-nos para sermos dela [a dor] sempre conscientes de um modo que não nos deprima ou esmague, mas que suscite compaixão, a capacidade de sentir com o outro – mesmo, como Jesus nos recordou, com os nossos inimigos. Porque a compaixão nos liberta da prisão do nosso ego, permite-nos experienciar a alteridade – a santidade – do que chamamos Deus.

Mas, é claro, o sofrimento que testemunhamos devia afligir-nos a todos, sejam quais forem as nossas crenças ou a sua ausência. Precisamos de cismar nestas imagens de dor e permitir que nos perturbem. Somente assim poderemos suscitar a compaixão – a capacidade de «sentir com» outros – que inspira ação construtiva.

(pp. 93-96)

 

LIVRO:

ARMSTRONG, Karen. 2023. Natureza Sagrada - Recuperar o nosso vínculo com o mundo natural. Lisboa: Temas & Debates.



*Sekhinah trata-se da Presença, a que mais próximo poderemos chegar da perceção/apreensão do Divino na Terra.

NOTA do autor do Blogue: 

E porque se passou mais um período de comemorações pascais, mas poderia ter sido a época natalícia ou qualquer outro dia, não devemos olvidar o Espírito… O Espírito do Tempo, do Temp(l)o que é chegado, aqui e agora. A Shekhinah, para muitos cristãos, ter-se-á manifestado em diversas passagens do Novo Testamento, com especial destaque para o dia de Pentecostes, no qual se verificou a descida do Espírito Santo: o Tempo dos Lírios...


VER:

Espírito Santo: O Tempo dos Lírios

É (d)o tempo...

D'o Tempo

D'o Espírito


domingo, 9 de abril de 2023

MARCHAnt...

 

Pedro Cuiça © Chã dos Navegantes (Parque Natural da Arrábida – 8/04/2023)


«Há, talvez, duas espécies de revolução: uma é a de mudar o mundo (...), a outra a de mudar cada pessoa (...), a revolução pessoal, que tem no Ocidente os exemplos de São Paulo ou São Francisco, e no Oriente o caso de Buda e de, quase em nosso tempo, Ramakrishna. (...) Quem sabe se não haveria ainda que trilhar novo caminho: o de, tomando toda a simplicidade, todo o despojamento, toda a disciplina, toda a dedicação dos acima citados – e bem sabendo de nossas inferioridades e limitações –, ninguém se retirar do mundo, como muitos deles fizeram, ninguém se recolher a convento algum, mas no século permanecer, com bom humor, paciência, entusiasmo, fé no triunfo e absoluta confiança nas qualidades do homem, quaisquer que sejam as aparências.

Combater sem agressividade, esperar sem se tornar passivo, acreditar haver saída para tudo, conservar-se na marcha geral, embora escolhendo o seu próprio caminho e jamais esquecendo o seu rumo, abertos sempre a novas ideias e acolhedores de todos os estímulos. Sem internas quebras, navegar o que parece impossível, sem desânimo, adiantar a tarefa sem temer o paradoxo, dar toda a eternidade à corrida do tempo, sem pressa, nunca cessando a marcha

~Agostinho da Silva


quarta-feira, 5 de abril de 2023

Verdadeiramente Livre

 


«La marche est la forme première des déplacements humains. Praticable partout, elle est le mode de voyager donnant réelement un sentiment d’indépendance. N’oublions pas que c’est le moyen de locomotion le plus économique.

(…)

Un grand avantage du voyage à pied est la possibilité de passer partout, par le plus petits et les plus mauvais chemins et même là où il n’y eut jamais de chemin fait de main d’homme. Le pédestrian est vraiment libre. Il n’est pas dèpendant, comme le cycloturiste par exemple, de l’état des routes, d’une côte d’altitude, d’un sens de circulation, de la qualité d’une machine, etc. Il va à la recherche du pittoresque où le pousse sa fantaisie, « par les monts et par les plaines ». Par contre, contraint de porter sur son dos sa maison, son équipment et sa nourriture, il est obligé de réduire son matériel au strict minimum. Nous avons vu comment il procede et nous avons dit l’avantage que represente pour lui le bivouac simple ou chez l’habitant.»

(p. 78)



REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

HUREAU, Jean. 1946 (?). Plein Air et Camping. Paris: Les Éditions J. Susse.


terça-feira, 4 de abril de 2023

Walk on the Stars

 

© ERA


Soube hoje que Arthur Howcroft faleceu no dia 25 de Fevereiro de 2023, aos 96 anos. Arthur foi um dos membros mais antigos e que mais anos fez parte da European Ramblers Association (ERA): representou a Grã-Bretanha, durante inúmeros anos, nessa federação europeia, mais precisamente a Long Distance Walkers Association e a Rambler’s Association, foi o primeiro presidente da Comissão de Pedestrianismo (Walking Commission), desde a sua formação em Junho de 1976 até 1994, e foi também, de 1985 a 1991, vice-presidente da ERA.  A sua longevidade na federação europeia de pedestrianismo, associada aos seus importantes contributos para o desenvolvimento dessa instituição, fez com que fosse nomeado Presidente Honorário.

Tive o privilégio de caminhar com o Arthur em vários países europeus, recordando com particular saudosismo as longas marchas que fizemos, em diversas ocasiões, na cidade de Paris, quando ambos pertencíamos ao Grupo de Trabalho sobre ERA Walk Leaders. Caminhadas pautadas invariavelmente por também dilatadas conversas acerca do assunto que gerou e consolidou a nossa amizade: a caminhada. A última vez que estive com o Arthur foi durante as comemorações dos 50 anos da ERA, que decorreram, em Outubro de 2019, em Bad Urach, na Alemanha. Não posso deixar de expressar o meu especial apreço por esse invulgar gentleman, enquanto Homem, Caminheiro e Amigo. Até Sempre…

 

«Arthur will continue to walk on the stars, he loved walking with so many people during his long life, especially with his beloved wife Renee. He led many people on walking holidays for numerous walking associations all over Europe, and he loved speaking several European languages. The ERA, with all its members and staff, had a special place in his heart, and I count it a great privilege to have known Arthur.»

Peter Ayling