Pedro Cuiça © Chã dos Navegantes (Parque
Natural da Arrábida – 8/04/2023) |
«Há, talvez, duas espécies de revolução:
uma é a de mudar o mundo (...), a outra a de mudar cada pessoa (...), a
revolução pessoal, que tem no Ocidente os exemplos de São Paulo ou São
Francisco, e no Oriente o caso de Buda e de, quase em nosso tempo, Ramakrishna.
(...) Quem sabe se não haveria ainda que trilhar novo caminho: o de, tomando
toda a simplicidade, todo o despojamento, toda a disciplina, toda a dedicação
dos acima citados – e bem sabendo de nossas inferioridades e limitações –,
ninguém se retirar do mundo, como muitos deles fizeram, ninguém se recolher a
convento algum, mas no século permanecer, com bom humor, paciência, entusiasmo,
fé no triunfo e absoluta confiança nas qualidades do homem, quaisquer que sejam
as aparências.
Combater sem agressividade, esperar sem
se tornar passivo, acreditar haver saída para tudo, conservar-se na marcha
geral, embora escolhendo o seu próprio caminho e jamais esquecendo o seu rumo,
abertos sempre a novas ideias e acolhedores de todos os estímulos. Sem internas
quebras, navegar o que parece impossível, sem desânimo, adiantar a tarefa
sem temer o paradoxo, dar toda a eternidade à corrida do tempo, sem pressa,
nunca cessando a marcha”
~Agostinho da Silva
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