NUM DIA DE VERÃO
Como quem num dia de Verão abre a porta de casa
E espreita para o calor dos campos com a cara
toda,
Às vezes, de repente, bate-me a Natureza de chapa
Na cara dos meus sentidos,
E eu fico confuso, perturbado, querendo perceber
Não sei bem como nem o quê...
Mas quem me mandou a mim querer perceber?
Quem me disse que havia que perceber?
Quando o Verão me passa pela cara
A mão leve e quente da sua brisa,
Só tenho que sentir agrado porque é brisa
Ou que sentir desagrado porque é quente,
E de qualquer maneira que eu o sinta,
Assim, porque assim o sinto, é que é meu dever
senti-lo...
Alberto Caeiro (Fernando Pessoa)
VIRÃO
Durante três dias o sol parece estar parado...
A palavra “Solstício” resulta do latim sol (Sol) e sistere (ficar
parado): é como se o movimento sazonal da trajetória diária do nascer e do pôr
do Sol (vista da Terra) fizesse uma pausa num limite norte (ou sul) antes de
inverter o seu movimento. Dizem que esta altura do São João de Verão é propícia
ao atravessamento de portais… Certamente uma oportunidade especial para empreender
caminhadas de conexão ao Cosmos. Porque outros tempos virão.
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