Após um interregno de vários meses, eis que regressamos à “escrita” no Pedestris! O dia de hoje, 9 de A-gosto, é de certo modo auspicioso, tendo em conta que foi neste dia que, em 1854, surgiu a primeira edição de Walden or Life in the Woods: a obra prima de Henry David Thoreau (editada em Portugal, pela Antígona, sob o título de Walden ou a vida nos bosques). Thoreau, para além de um notável clássico do ambientalismo e paladino das caminhadas, é considerado, por diversos autores, como o fundador da simplicidade voluntária. É neste contexto que publicamos, hoje, parte de um texto, que escrevemos em Junho de 2022, sobre o assunto e que iremos publicar na sua totalidade nos próximos dias. É também neste contexto, assim o esperamos e desejamos, que iremos retomar paulatinamente as andanças e os encantamentos, neste blogue que tem estado parado mas que terá de se pôr, novamente, em marcha.
Simplicidade
Voluntária e Satisfação de Necessidades
Estratégias
de Decrescimento e seu contributo para o Desperdício Zero
Resumo
A simplicidade voluntária (voluntary simplicity) trata-se de um
estilo de vida no qual os indivíduos adoptam conscientemente práticas de redução
do consumo, entre outras medidas tendentes a uma vida simples ou simplificada.
Apesar do movimento evidenciar preocupações ambientais, regra geral o enfoque
centra-se no consumo e não no desperdício. Considera-se pertinente estudar o contributo
da simplicidade voluntária no que concerne o desperdício zero (zero waste).
Nesse contexto, é dada também uma particular atenção ao decrescimento (degrowth),
pela sua relação com a simplicidade voluntária, e ao seu contributo no âmbito
do desperdício zero. Este ensaio explora as possíveis (inter)relações, entre os
movimentos da simplicidade voluntária, decrescimento e desperdício zero, através
de uma análise crítica dos pressupostos de que uma efectiva diminuição dos resíduos, com vista ao desperdício zero, deve
basear-se numa mudança de atitudes, designadamente através da simplicidade
voluntária e do decrescimento, e essa mudança só será sustentável se assegurar as
necessidades e o bem-estar dos intervenientes.
Palavras-chave: simplicidade voluntária, decrescimento,
desperdício zero, bem-estar
Introdução
O filósofo americano Richard
Gregg introduziu, em 1936, o conceito de “simplicidade voluntária” (SV),
correspondente a um estilo de vida baseado na redução do consumo (RICH, HANNA, WRIGH e BENNET 2017). A
SV tornou-se um movimento de oposição ao consumismo e aos estilos de vida
materialistas, envolvendo mudanças conscientes para vivências intrinsecamente
satisfatórias (OSIKOMINU e BOCKEN 2020): suprir
as necessidades materiais de forma o mais simples possível, direcionando mais
tempo na busca de bem-estar e de significado. No entanto, o conceito é bastante
mais complexo e envolve uma miríade de diferentes motivações. Stacey Ann Rich e
colegas (2017) apontaram cinco
características associadas à SV: (1) simplicidade material: consumir apenas o
que é requerido para satisfazer necessidades; (2) dimensão humana: desejo de
ambientes de vida e de trabalho mais “amigáveis”; (3) auto-determinação: a
vontade de ter um maior controlo da sua vida; (4) consciência ecológica: o
reconhecimento do limite dos recursos e do impacte das acções individuais; (5)
crescimento pessoal: o desiderato de desenvolvimento interior, seja intelectual
e/ou espiritual. Neste ensaio vamos dar uma especial atenção à satisfação de
necessidades e ao desejo de desenvolvimento (realização) pessoal.
A SV surge frequentemente
associada a outras denominações sinónimas, caso da “vida simples”, do “downshifting”
e do “minimalismo”. Esta última palavra também é, por vezes, conceptualizada
como uma segunda vaga da SV, resultante da reacção à crise financeira global de
2008, tal como às crescentes preocupações face ao excessivo aumento do consumo
e dos resíduos pós-consumo1 (MARTIN-WOODHEAD 2021). Outros termos que
surgem associados à SV são “frugalidade” (frugality), “decrescimento” (degrowth),
“desperdício zero” (zero waste), “movimento lento” (slow movement),
“mindful consumers”, “sharing swapping”, entre outros. A
frugalidade merece uma nota especial pelo grande interesse que tem suscitado, sobretudo
desde 2010, no âmbito do mavenismo de mercado associado à aversão ao
consumismo, evidenciando claras semelhanças à SV (TIWARI
e HERSTATT, 2020; SUÁREZ, HERNANDÉZ, GIL-GIMÉNEZ e CORRAL-VERDUGO 2020; JAIN e
BHADURI 2021). Saliente-se, igualmente, que a SV não deve estar alheada
dos conceitos/movimentos de decrescimento e de desperdício
zero, tendo em conta que o crescimento económico e o
hiper-consumismo, das sociedades contemporâneas pós-modernas, estão directamente
relacionados com o gigantesco problema do incremento do lixo e da poluição (PARRIQUE 2019).
1. Diferentes formas de Vida Simples
«Simplicidade, simplicidade, simplicidade! (…)
Simplificar, simplificar, simplificar.»
Henry
David Thoreau (1999, p. 109)
A SV está geralmente
associada aos países desenvolvidos ou em vias de desenvolvimento, portanto com
um estilo de vida Ocidental, onde as circunstâncias permitem que grande parte
ou a maior parte da população possa ter acesso a uma vida de abundância
material e que, por essa via, tenha a possibilidade de optar por estilos de
vida mais simples.
Os “princípios” da SV são
muito anteriores a 1936, data em que a designação foi introduzida por Gregg. A
título de exemplo, um grupo de intelectuais "estadunidenses", conhecidos por “Transcendentalistas”,
já exaltava, no século XIX, a calma simplicidade da vida radicada na natureza. Um
deles, Henry David Thoreau, retirou-se, em 1845, para uma pequena cabana, de
uma só divisão, situada junto do lago Walden, perto da povoação de Concord
(Massachusetts) (HONORÉ
2006), tendo sido um notório paladino da simplicidade. Nesse
contexto, será igualmente de assinalar que outros autores, ainda mais antigos,
defenderam e praticaram a sobriedade, a temperança e a frugalidade, de que
destacamos João Amós Coménio (séc. XVII) e Alvice Cornaro (séc. XVI). Coménio,
na sua Didáctica Magna (1657), empreende uma escorreita apologia da frugalidade:
«Com quanto mais moderação se ministrar os alimentos, tanto mais fácil e
perfeita será a digestão. Como, em geral, não se toma isto em consideração,
numerosos são aqueles que arruínam as forças e a vida por excesso de alimento.»
E cita o Eclesiástico (37: 34): «muitos morreram por voracidade, mas o homem
sóbrio prolongará a vida» (COMÉNIO 1985, p. 199).
E acrescenta, «para manter a vida, não é necessário apenas tomar alimentos
comedidos, mas também alimentos simples». Cornaro, por sua vez, descreveu,
no seu Tratado da Vida Sóbria (1558), como descobriu, aos 40 anos de
idade, devido a problemas de saúde, «a restrição e autodomínio alimentares».
Descoberta que considera «um renascimento, uma maneira insuspeita de
prevenir as doenças, de reforçar o corpo, de viver o fluir do tempo» (George Vigarello in CORNARO, 1999, p. 7). Para
Cornaro (1999, p. 36):
«(…) o desregramento
provém do vício da gula, e a vida sóbria da virtude da continência, nem por
isso deixa de se tomar o desregramento por coisa virtuosa e honorável, e a vida
sóbria por desonrosa e própria dos avarentos; e tudo provém da força do hábito, introduzido pelos sentidos
e pelo apetite, os quais tanto seduziram e inebriam os homens que estes,
abandonando a vida boa, se entregaram a seguir a pior, a qual conduz, sem eles
darem por isso, a estranhas e mortalíssimas enfermidades ao envelhecerem; (…)»
O problema do excesso de
alimentação e do desperdício alimentar nos países desenvolvidos constitui um
enorme flagelo, do nosso tempo, a par da fome que (des)graça nos
sub-desenvolvidos (PIRES 2018). Como referem
os investigadores Pedro Baptista, Inês Campos, Iva Pires e Sofia Vaz (2012, p. 11): «No mundo ocidental comemos
muito, comemos mal, e desperdiçamos muita comida». Razão pela qual autores
como Michael Pollan apelam à adopção de hábitos alimentares mais moderados e
saudáveis: não comer em excesso e comer comida («nada que a sua avó não reconhecesse
como comida») (2009, p. 175). Ou ter
mais tempo para desfrutar de doses mais reduzidas: comer devagar (slow food)
(HONORÉ 2006). Na verdade, nos países
desenvolvidos, ditos “Ocidentais”, existem marcantes desigualdades sociais,
pelo que a alimentação excessiva e o desperdício alimentar coexistem com a fome.
As populações mais desfavorecidas – um eufemismo para “pobres” – não partilham
as preocupações sobre o que comer e a que velocidade o deverão fazer,
simplesmente precisam de comer algo e, por vezes, nada têm para comer. Talvez
seja esta realidade que levou Duane Elgin a afirmar, no livro Voluntary
Simplicity (1981), que a «pobreza é involuntária e
debilitante, a simplicidade é voluntária e mobilizadora» (CANDIDO 2016, p. 19). Sem dúvida que a pobreza
involuntária é dramática e ultrajante, todavia Elgin ignora que existe pobreza
voluntária. Já Thoreau dizia que ninguém «pode ser observador imparcial e
sábio da raça humana, a não ser da posição vantajosa a que chamaríamos pobreza
voluntária.» (1999, p. 29). O elogio da
pobreza (voluntária, entenda-se), no contexto judaico-cristão, remonta a Jesus
e aos seus discípulos, tendo-se perpetuado, sob novas roupagens, a partir do
final do século III, com o monaquismo2. Nessa linha de renúncia, de
despojamento e até de ascetismo, destacam-se os monges beneditinos (séc. VI),
os monges cistercienses (séc. XII) e os frades franciscanos (séc. XIII)3.
São Bento (480-547), considerado o «pai dos monges do Ocidente», decidiu
devotar-se, ainda jovem, à «douta ignorância» na solidão de uma gruta (Dominique Iogna-Prat in
CORBIN et al., 2008, p. 127); mais tarde compôs a regra da Ordem
Beneditina que, tal como outras da época, defendeu o regresso a diversos modos
de renúncia. Bernardo de Claraval (1090-1153), cerca de meio século depois,
reivindicou um regresso à pobreza dos tempos apostólicos e à pureza da regra de
São Bento. O retorno a uma vida de grande sobriedade e renúncia: conduta
pessoal ascética, pobreza e despojamento, patentes até na simplicidade do
vestuário feito de lã não tingida (daí o nome de “monges brancos” em
contraposição aos “monges negros” de Cluny) (ibid.).
Mas foi São Francisco de
Assis (c. 1182-1226) que assumiu a vivência da pobreza evangélica de forma mais
radical, tal como os seus irmãos, frades menores, paupérrimos – do latim pauperrimus
(superlativo de pauper): muito pobres (André
Vauchez in CORBIN et al. 2008). Francisco adoptou uma vida
de estrita simplicidade, defendendo a rejeição incondicional de toda a posse,
não só no tocante a cada membro da fraternidade (como nas ordens antigas), mas
também à comunidade como um todo. Escusado será dizer que o movimento
franciscano, apesar da tentativa de reforma dos Capuchinhos (séc. XVI), foi
inteiramente “domesticado” pela Igreja Católica (KÜNG,
2002). No entanto, ainda hoje persiste na língua portuguesa a expressão
“miséria franciscana”, que, apesar de ser utilizada geralmente de forma
pejorativa, não deixa de ser um eco do profundo empenho e exemplo evangélico do
cristianismo ancestral. As três orientações de São Francisco, que mais não são
do que as da igreja primitiva – pobreza (paupertas), humildade (humilitas)
e simplicidade (simplicitas) – permanecem ousados desafios para o
presente e para o futuro... «Francisco
viveu a antítese do projecto imperial da Igreja»: perante o «evangelho
do poder», apresentou o poder do evangelho; face à riqueza dos papas,
bispos e abades, propôs a convicta pobreza, o despojamento integral e a extrema
simplicidade (BOFF, 2014, p. 44).
A
servidão voluntária dos freis franciscanos, que é um talant de bien-faire
(vontade de bem-fazer), ao serviço de todos, numa profunda fraternidade
cósmica, está nos antípodas da servidão voluntária, na verdade involuntária
porque coerciva, de La Boetie (1986). O
franciscanismo surge como exemplo de um outro modo de estar no mundo: o
paradigma do cuidado (do cuidador) por oposição ao paradigma da dominação4
(BOFF, 2014) Por isso Francisco foi
apelidado de louco e a sua proposta de vida designada “utopia franciscana”5.
Foi um revolucionário (de revolare: voltar a voar) e um visionário, cujo
pensamento, expresso no seu Cântico do Sol e das Criaturas (c. 1224), foi
propulsor e antecedeu, em séculos, a ecosofia. Como expressou Agostinho da
Silva (1999, p. 148), com assumidas influências do
século XIII: «A única revolução definitiva é a de despojar-se cada um das
propriedades que o limitam e acabarão por o destruir, propriedade de coisas,
propriedade de gente, propriedade de si próprio».
Para Jaime Cortesão, o
franciscanismo, «como expressão acabada de um cristianismo [panteísta] que o sistema católico havia destruído», trata-se da conciliação perfeita
entre a religião e a natureza (SILVA, 2000, p. 18);
talvez a inspiração, diremos nós, do primeiro Papa denominado “Francisco”,
autor da Carta Encíclica Laudato si’ sobre o cuidado da casa comum
(2015), onde propõe uma “ecologia humana” – chamada
“ecologia integral” –, por recolocar o (ser) humano, sem receios de
antropocentrismos, no “centro” estruturante do pensamento e do agir ecológicos.
Notas
1. A palavra “minimalismo” foi
utilizada no âmbito da arte e da arquitetura modernistas, de meados do século
XX, impulsionadas pelo funcionalismo e pela eficiência. O arquiteto modernista
Ludwig Mies van der Rohe (1886-1969) popularizou a expressão «menos é mais»
para descrever as suas preferências de design de estruturas simples e
espaços abertos. O dizer «menos é mais» trata-se, hoje em dia, de uma premissa
central do estilo de vida minimalista (MARTIN-WOODHEAD
2021).
2. É importante dar nota de que aqueles
que desejavam seguir Jesus, na sua vida itinerante, deviam «abandonar tudo» (KÜNG 2002). O que Jesus propunha, como demanda,
era a moderação das necessidades e a libertação interior resultante do
despojamento. Não admira, portanto, que muitos dos seus discípulos tenham
adoptado a pobreza voluntária e que as práticas ascéticas tenham durado vários
séculos. (Pierre Maraval in
CORBIN et al. 2008).
Em finais do século III
surge uma nova forma de vivenciar o ascetismo que, pouco a pouco, irá suplantar
as práticas ancestrais, tornando-se numa verdadeira instituição: o monaquismo.
Na biografia que Atanásio, bispo de Alexandria, deixou sobre Santo Antão
(251-356), este aparece como o modelo do monaquismo: uma vida de castidade, despojamento,
penitência e solidão. A novidade do monaquismo consiste precisamente no
isolamento: o monge é aquele que está só (do latim monos ou monachos:
solitário).
Entretanto, uma nova
etapa – a da vida comunitária – começa no século
IV, com São Pacómio (c. 292-348) que, depois de alguns anos de vida solitária,
cria uma comunidade, no Alto Nilo, sob uma regra que gere a existência diária
dos “irmãos” (Pierre Maraval in CORBIN et al. 2008). O monaquismo, quer sob a forma solitária,
quer sob a forma “comunitária”, espalha-se paulatinamente por todo o mundo
cristão.
3. Os
frades menores franciscanos são, por vezes, designados “monges mendicantes”,
expressão incorrecta tendo em conta que os mendicantes não são monges, mas
religiosos de um novo tipo: fratres (plural do latim frater/fratris:
irmão). A originalidade das ordens mendicantes reside, desde logo, na abertura
ao mundo, na vida comunitária e no contacto com as pessoas através de uma
evangelização deambulatória e interventiva. Por outro lado, ao contrário das
ordens mais antigas, assumem a pobreza colectiva, a mendicidade e o abandono à
Providência: o monaquismo beneditino e mesmo o mais rigoroso cisterciense nunca
exigiram a pobreza colectiva. Os franciscanos deveriam viver do trabalho das
suas mãos e só em caso de necessidade, podiam recorrer à mendicidade, mas nunca
aceitar dinheiro (André Vauchez in CORBIN et al., 2008).
4. O artigo seminal, de Lynn White, The
Historical Roots of Our Ecological Crisis (1967),
atribui a crise ecológica ao cristianismo, devido à sua suposta mensagem de
dominação do homem sobre a natureza; ignorando aquilo que, ao que parece,
estando à vista de todos, nos textos do Novo Testamento, permanece oculto a
muitos: o elogio da pobreza, da humildade e da simplicidade, que não se coaduna
com o acumular de riquezas, com a dominação e com ‘complicadas’ congeminações
como seja, por exemplo, o paradigma (melhor seria dizer “o dogma") do
crescimento exponencial. Por outro lado, o seu superficial louvor ao paganismo
esquece, por exemplo, que foram civilizações pagãs que tornaram o Crescente
Fértil num deserto. O que verdadeiramente está em causa são dois paradigmas
antagónicos de estar e de fazer no mundo; paradigmas que coexistem, pelo menos,
desde as primeiras sociedades sedentárias, baseadas na agricultura e na
pastorícia: um dominador e destruidor, outro servidor e cuidador.
5. Francisco
procurou criar um modelo alternativo de sociedade, subtraído ao mundo da compra
e da venda, e recusando as hierarquias ligadas à riqueza e ao prestígio social
ou cultural (André Vauchez in CORBIN et al., 2008). Na fraternidade por si fundada, os clérigos
e os leigos estavam em pé de igualdade e, pelo menos nos primeiros tempos, os
homens e as mulheres tinham vidas separadas, mas complementares. Aos olhos de
Francisco de Assis, a prática da pobreza constituía a essência da vida
evangélica. Nesse contexto, a posse de dinheiro estava proibida, designadamente
por se considerar que falseava as relações entre os homens.
O pensamento de Francisco
continua actual bastando constatar, a título de exemplo, o que expressou Mark
Boyle, na sequência da sua experiência de viver um ano sem dinheiro: «O
dinheiro já não nos serve. Nós servimos o dinheiro. O dinheiro apoderou-se do
mundo. Enquanto sociedade, idolatramos e veneramos um produto que não tem valor
intrínseco, às custas de tudo o resto. Além disso, toda a nossa noção de
dinheiro está assente num sistema que promove a desigualdade, a destruição
ambiental e o desrespeito pela humanidade.» (2012,
p. 15)
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