PC © Turismo de Portugal, I.P. (30/01/2018)
No dia 30 de Janeiro de 2018 decorreu, em Lisboa, uma reunião de stakeholders,
na área do turismo, sob o tema Diagnóstico
de Necessidades de Formação, na sede do Turismo de Portugal, I.P.. De entre os
diversos pontos de vista proferidos, destacamos a relevância consensual dada à
adequada qualificação dos recursos humanos, a par da dignificação e valorização
das profissões. Foi igualmente destacado o facto de os profissionais das empresas
de animação turística não necessitarem de qualquer tipo de formação para
enquadrarem clientes em actividades de risco, como a escalada e o canyoning,
entre outras!
No dia 28 de Fevereiro realizou-se, na
Escola Superior de Desporto de Rio Maior (ESDRM), um seminário sobre Desafios na Formação de Treinadores,
que contou com a presença do Secretário de Estado da Juventude e Desporto, João
Paulo Rebelo, tal como de um diversificado leque de palestrantes e de uma numerosa
assistência. As diversas intervenções centraram-se na avaliação do Plano Nacional de Formação de Treinadores (PNFT) e nas previsíveis e/ou desejáveis mudanças
que irão decorrer da alteração da Lei nº 40/2012, de 28 de Agosto. De entre os
pontos de vista, repetidos por diversos intervenientes, salientamos a
necessidade de efectivar a cooperação entre as Federações UPD e as entidades do
Ensino Superior, tal como a concretização de “um salto qualitativo” na área do
desporto. A pergunta recorrente foi: o que é ser treinador?
Face às diversas iniciativas que têm decorrido nos últimos
tempos, podemos afirmar que a formação no âmbito das actividades de ar livre, em
geral, e das actividades de montanha, em particular, anda na ordem do dia!... E
dizemos “actividades” porque este se trata de um sector – tão peculiar quanto
transversal – que envolve, pelo menos, três grandes áreas de “governança”, a
nível ministerial e/ou de secretarias de Estado: a desportiva, a turística e a ambiental.
Apesar de a tutela destas actividades em Portugal, à semelhança do que acontece
num conjunto de países da Europa Ocidental (como Espanha, Andorra ou França),
ser efectuada através da área do desporto, não será adequado denominar estas
actividades como “desportos de natureza”, “desportos de aventura”, “desportos de risco” ou “desportos radicais”.
Tal como não será, de todo, apropriado recorrer a termos como “turismo aventura”,
“turismo activo”, "turismo de natureza" ou “ecoturismo”. Na verdade, as actividades de ar livre, em
geral, e as actividades de montanha, em particular, integram facetas
desportivas, turísticas e ambientais que não só se encontram inevitavelmente
interligadas como dificilmente serão passíveis de separação. E vem esta
constatação, a talhe de foice, face ao aprofundar do fosso entre modelos de
formação (ou ausência destes!) provenientes dos diversos sectores de “governança”
referidos atrás.
É num contexto
de crescente apetência e atractividade pelas actividades de ar livre, mormente
nas suas facetas económicas, que se torna fundamental empreender uma reflexão séria
e esclarecida sobre a formação existente – quer de quadros técnicos
(treinadores e/ou guias), quer de praticantes –, designadamente como forma de
garantir elevados níveis de segurança dos envolvidos e de possibilitar uma
adequada “conservação da natureza” onde estas práticas se desenvolvem.
PC © ESDRM (28/02/2018)
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