As peregrinações a pé rumo a determinados locais «santos»
constituem uma prática milenar largamente exercitada e ainda hoje muito em
voga, por isso quando se fala de religião no âmbito do pedestrianismo será essa
a temática sobre a qual a maior parte das pessoas pensará de imediato. No
entanto, ao entendermos «religião» na sua acepção etimológica de ligação (do
latim religāre: ligar a, unir a,
atar) o que nos ocorre é o acto de andar como actividade privilegiada de
(re)ligação à sacralidade da natureza ou à própria divindade. É nessa acepção,
aliás, que o caminhar visto como uma espécie de «ioga ambulatório» dá sentido a
essa curiosa expressão, tendo em conta também a etimologia da palavra «ioga»
(do sânscrito योग: unir ou juntar, entre outros significados).
Pedro
CUIÇA (2015): Passo a Passo – Manual de Caminhada e Trekking; Lisboa: A Esfera
dos Livros, p. 31.
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