Hoje
é dia de Santiago, vamos comemorar essa Via Láctea que conduz ao LUG-ar de Campus Stellae…
Oito
séculos após a vida terrena de Tiago, filho de Zebedeu, surgiu na Galiza uma
prodigiosa lenda, na sequência de inusitados e seráficos fenómenos descritos por
um eremita cristão. Fenómenos que culminaram na identificação dos restos
mortais desse apóstolo no local que é hoje Santiago de Compostela! O apóstolo
Tiago Maior terá sido decapitado na remota Palestina durante o reinado de
Tibério, por ordem de Herodes Agripa, contudo o seu corpo foi pretensamente conduzido
num barco à deriva (à semelhança do mito de S. Vicente), tendo dado à costa na
Galiza, mais precisamente em Iria Flávia (a actual Padrón), e daí transportado até Compostela.
Nesse contexto, não será de estranhar a frase de Miguel Unamuno: «Qualquer homem, dotado de espírito crítico,
não pode admitir, por católico que seja, que o corpo de Santiago Maior repouse
em Compostela.» No entanto, para o que nos move, pouco importa de quem são
os restos mortais que se cultuam em Compostela. O que nos interessa é o
Mistério (a “coisa mística”) que atraiu e continua a atrair larguíssimos
milhares de peregrinos, desde remotos tempos, nesse(s) périplo(s) em torno de
uma geografia sagrada, terrestre e celeste, com “término” na galaica finis terrae.
«Fazer hoje o Caminho de Santiago – El Camiño
– não comporta os perigos de outrora mas continua a ser certamente uma aventura
pessoal tão marcante quanto inolvidável. E, claro, ainda hoje o caminho é
utilizado por diversas escolas mistéricas e ordens místicas como forma de
iniciação ou exercício de fé.» (p. 33)
«A todos, boas caminhadas!» (p. 21)
Pedro
Cuiça
Em
terras de S. Miguel (Queijas),
no
mês de Santiago (25 de Julho de 2014)
[Passo a Passo – Manual de Caminhada e Trekking. Lisboa: A
Esfera do Livro, 2015 ]
Fazer o Caminho é algo que espero ainda realizar ... Entretanto, deliciei-me com a leitura de Immortelle randonnée, de Jean-Christophe Rufin.
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