segunda-feira, 25 de julho de 2016

Hoje é dia de Santiago

Hoje é dia de Santiago, vamos comemorar essa Via Láctea que conduz ao LUG-ar de Campus Stellae



Oito séculos após a vida terrena de Tiago, filho de Zebedeu, surgiu na Galiza uma prodigiosa lenda, na sequência de inusitados e seráficos fenómenos descritos por um eremita cristão. Fenómenos que culminaram na identificação dos restos mortais desse apóstolo no local que é hoje Santiago de Compostela! O apóstolo Tiago Maior terá sido decapitado na remota Palestina durante o reinado de Tibério, por ordem de Herodes Agripa, contudo o seu corpo foi pretensamente conduzido num barco à deriva (à semelhança do mito de S. Vicente), tendo dado à costa na Galiza, mais precisamente em Iria Flávia (a actual Padrón), e daí transportado até Compostela. Nesse contexto, não será de estranhar a frase de Miguel Unamuno: «Qualquer homem, dotado de espírito crítico, não pode admitir, por católico que seja, que o corpo de Santiago Maior repouse em Compostela.» No entanto, para o que nos move, pouco importa de quem são os restos mortais que se cultuam em Compostela. O que nos interessa é o Mistério (a “coisa mística”) que atraiu e continua a atrair larguíssimos milhares de peregrinos, desde remotos tempos, nesse(s) périplo(s) em torno de uma geografia sagrada, terrestre e celeste, com “término” na galaica finis terrae.


«Fazer hoje o Caminho de Santiago – El Camiño – não comporta os perigos de outrora mas continua a ser certamente uma aventura pessoal tão marcante quanto inolvidável. E, claro, ainda hoje o caminho é utilizado por diversas escolas mistéricas e ordens místicas como forma de iniciação ou exercício de fé.» (p. 33)
«A todos, boas caminhadas!» (p. 21)
Pedro Cuiça
Em terras de S. Miguel (Queijas),
no mês de Santiago (25 de Julho de 2014)
[Passo a Passo – Manual de Caminhada e Trekking. Lisboa: A Esfera do Livro, 2015 ]

1 comentário:

  1. Fazer o Caminho é algo que espero ainda realizar ... Entretanto, deliciei-me com a leitura de Immortelle randonnée, de Jean-Christophe Rufin.

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