O andar
é como a realidade: não é a preto e branco (e, muito menos, cinzento) mas, sim,
multicolor. E é precisamente essa notória e notável característica, de ser uma
actividade multifacetada (e, por-tanto,
plena de possibilidades e de cambiantes), que faz com que o andar seja algo tão
fascinante quanto a realidade. Que andar seja algo tão real e concreto quanto a
vida; que andar seja viver, que andar plenamente seja viver plenamente, sem predefinições,
preconceitos e, menos ainda, proibições! E é precisamente e também por isso (e
muito mais), que andar, tal como viver, se pode e deve fazer – na verdade se
faz – de diversas formas consoante as circunstâncias, os tempos e os espaços,
em que decorra. Por isso se pode andar, e anda, em atenção plena ou na mais
plena desatenção (ou distracção, como se queira), no mais completo silêncio ou sob
uma entusiástica e peripatética troca de ideias. Por isso se pode andar
lentamente, como acelerar ou até parar. O andar (walking) quer-se livre (free)
e gratuito (free).
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