sexta-feira, 17 de junho de 2016

Free Walking

O andar é como a realidade: não é a preto e branco (e, muito menos, cinzento) mas, sim, multicolor. E é precisamente essa notória e notável característica, de ser uma actividade multifacetada (e, por-tanto, plena de possibilidades e de cambiantes), que faz com que o andar seja algo tão fascinante quanto a realidade. Que andar seja algo tão real e concreto quanto a vida; que andar seja viver, que andar plenamente seja viver plenamente, sem predefinições, preconceitos e, menos ainda, proibições! E é precisamente e também por isso (e muito mais), que andar, tal como viver, se pode e deve fazer – na verdade se faz – de diversas formas consoante as circunstâncias, os tempos e os espaços, em que decorra. Por isso se pode andar, e anda, em atenção plena ou na mais plena desatenção (ou distracção, como se queira), no mais completo silêncio ou sob uma entusiástica e peripatética troca de ideias. Por isso se pode andar lentamente, como acelerar ou até parar. O andar (walking) quer-se livre (free) e gratuito (free).


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