O que me calhou na rifa: Disneylândia (Paris)!!! Ó Pedro Cuiça (Agosto de 2015)
«As viagens mais incríveis fazem-se às vezes
sem sair do mesmo lugar.»
Henry Miller
– O
Mundo do Sexo e Outros Textos; Lisboa: Dom Quixote, 1987, p. 45
Não, este não se trata de mais um texto apologético sobre as maravilhas
de Viajar no Sofá. De facto, como creio que terá ficado relativamente bem
demonstrado, podemos efectivamente viajar sem sair do mesmo lugar. Poder,
podemos… mas não é (certamente) a mesma coisa! Este é um texto sobre aquilo que
(real-mente) é e o que parece... O que sub-entende uma essência “da coisa”,
abordagem para a qual não estamos habilitados (ou motivados?), por isso cingir-nos-emos,
então, a meras aparências ou ilusões. Faceta, aliás, que não é de somenos
importância tendo em conta a preponderância da mesma na superficialidade dos
dias (e, já agora, das noites). Deixaremos o mergulho nas profundezas da
realidade (ou par’além desta!) para uma outra altura, mais auspiciosa, na qual
nos sintamos mais versados (ou motivados?) nas artes respiratórias, mormente no
tocante a apneias.
Enfim, nos últimos tempos, tenho pensado bastante acerca das aparências e
das ilusões por estas provocadas (ou vice-versa?), fenómeno pródigo em
mal-entendidos, confusões e outras tropelias. Aquilo que o povo, na sua
sabedoria secular, expressa, de forma muitíssimo acurada, por “as aparências
iludem” ou de modo mais singelo por “as iludências aparudem”! Depois de seis
dias em grandes andanças por Paris, outras tantas jornadas de caminhada e/ou
corrida à beira-mar, no “meu al-Gharb”,
e meia dúzia de passeatas diárias em Lisboa, poderei dizer que regressei a casa.
Mas, trocadilhos à parte, as cogitações não só continuam como ter-se-ão mesmo
agravado…
Paris (esquerda) e Lisboa (direita) Ó Pedro Cuiça (Agosto de 2015)
Após as intensas deambulações na dita “cidade luz” des-cubro a luz-boa
às portas de casa, tal como o notório (ou aparente?) contraste entre a cidade e
o campo (e/ou a praia?). Relembro velhas espiritualidades desta finisterra
a-Ocidente e dou por mim em divagações sobre a vivência dos amplos espaços e a
síndrome de Lemúria ou o regresso a formulações filosóficas acerca de conceitos
como “natureza”, “natural”, “sobrenatural” e “artificial”. Talvez seja do tempo
– não sei se derivado das temperaturas amenas para a época, se dos nevoeiros
matinais – ou quiçá seja algum sinal dos tempos – não sei se algo oculto dans l’air du temps. Talvez tenha sido “por
estas e por outras” que decidi publicar, um dia destes, aqui no Pedestris, um
“trabalho” sobre Conceitos(s) de Natureza. Por isso, na verdade, estas parcas palavras
constituirão (ou não?) um simples intróito circunstancial!
A arte viva: Rimbaud (Montmartre - Paris) Ó Pedro Cuiça (Agosto de 2015)
A síndrome de Lemúria: Mona lisa (Louvre - Paris) Ó V.R. (Agosto de 2015)
Os vastos espaços de ar livre: "praia de Faro" (Algarve) Ó Pedro Cuiça (Agosto de 2015)
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