Mal sabia eu que estaria numa espécie de “semi-clausura”,
desde março, e agora confinado em casa num estrito isolamento profiláctico de
14 dias!... Na próxima terça-feira, quando finalizar a “quarentena”, já poderei
ir "APANHAR AR", dizem as autoridades: num passeio pedonal e
higiénico de curta duração e perto de casa. Também poderia ir passear o cão, se
o tivesse, mas já me basta eu! E eu, com a vontade que ando de andar, andaria
até ao fim do mundo em BUSCA DE VASTOS ESPAÇOS DE AR LIVRE. É nestas
circunstâncias que damos MAIS VALOR À LIBERDADE?
11:00
Para minha surpresa, deram-me hoje alta e poderei finalmente sair do lazareto em que se transformou a minha casa… Há exactamente cinco anos escrevi o seguinte post no Facebook: «Há quem leve o cão a passear mas, no meu caso, fui eu que me levei hoje a passear pela multifacetada e cosmopolita Lisboa. Deve ter sido porque me estava a sentir algo engaiolado [no trabalho], como um animal doméstico (mais precisamente aquilo que os anglo-saxónicos chamam “pet”)! Agora, depois de uns bons quilómetros de caminhada, estou pleno de mundo e de fantástica luz invernal… apesar do jardim que me surpreendeu em Al-fama se encontrar à sombra.»
19:00
Faz hoje também exactamente cinco anos que
publiquei no Face um poético hino de Miguel Torga ao poder da… liberdade?
«MENIR
Salve, falo sagrado,
Erecto na planura
Ajoelhada!
Quente e alada
Tesura
De granito,
Que, da terra emprenhada,
Emprenhas o infinito!»
Miguel Torga in Diário XIV, Coimbra, 1995, p. 1461 (Outeiro – Monsaraz, 31 de Maio de 1986)
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