sexta-feira, 31 de maio de 2019

(An)dar na bibliofagia


© Antígona 

A 89ª Feira do Livro de Lisboa começou no dia 29 de Maio e irá decorrer até ao dia 16 de Junho, no Parque Eduardo VII. Para inveterados bibliófagos, como nós, não no sentido de Um Caso de Bibliofagia, à António Victorino d’Almeida, ou de animalejos literalmente comedores de livros, mas num senso metafórico de quem tem pela leitura um reiterado prazer, este é um evento a não perder. Trata-se de uma oportunidade única para usufruir de um tão grande número de editores e livreiros reunidos num mesmo espaço, de deparar com edições difíceis de encontrar e, claro, comprar livros a preços inferiores aos habituais. A juntar a isso, e certamente não menos importante, acresce a necessidade (diríamos antes “a oportunidade”) de, para visitar a totalidade dos expositores, ter de percorrer a pé uma distância e desnível que, sem ser nada de extraordinário, merece enaltecer.
Foi aliás dentro do espírito andarilho das frequentes andanças, praticamente diárias, que empreendemos na cidade (da) luz – Lisboa – e que apelidamos, “em amaricano”, de “Lisbon Walks” (vá-se lá a saber porquê!), que fizemos um raid cirúrgico a essa feira livreira, no dia da sua inauguração, aos pavilhões D40 a D42 e A15: mais precisamente à Antígona e à Letra Livre. Na primeira destacamos o livro do (desse) dia Walden ou a Vida nos Bosques e da promoção d’A Desobediência Civil/Defesa de John Brown, ambos de Henry David Thoreau; mas não foi por essas obras, nem sequer pelo interessantíssimo livro Caminhada, do mesmo autor, trilogia a que regressamos amiúde e que fortemente recomendamos, que visitámos esses Editores Refractários. Nessa feita adquirimos, todavia, Alucinar o Estrume, de Júlio Henriques, A prática da natureza selvagem, de Gary Snyder, e O Tempo dos Assassinos, de Henry Miller. E dessas aquisições daremos, em breve, o devido e respectivo fidebéque (?) neste espaço de andanças encantas que dá pelo nome “Pedestris”. No segundo pavilhão encomendámos Reflexões sobre a Morte de Mishima, de Henry Miller (edições &etc), que iremos recolher, hoje, num segundo raid ainda mais cirúrgico do que o primeiro. Na verdade, apreciamos feiras de livros e andanças, mas mais ainda a busca de livreiros recônditos e amplos espaços de ar livre dificilmente compagináveis com multidões. Vou ali (a pé), já venho!


Pedro Cuiça © Lisbon Walks (29/Mai. 2019) 

Pedro Cuiça © Lisbon Walks (31/Mai. 2019) 

Pedro Cuiça © Lisbon Walks (31/Mai. 2019) 

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