É um
facto duas pessoas coincidirem num mesmo local e tempo, tendo-se gerado empatia
ao partilharem uma mesma paixão: a montanha s.l.. É um lugar comum e, no entanto,
extraordinário quando essas pessoas se tornam amigas e, depois de cinco anos, voltam
a coincidir e parece que foi ontem a última vez que estiveram juntas. É muitíssimo
curioso e significativo quando, após meia década, ao se (re)encontrarem,
coincidem no Pico: uma pensando fazer um filme e outro um livro sobre a “ilha montanha”,
e sabe-se lá que mais em torno da mesma! Ademais quando esse (re)encontro
tem lugar em Lisboa, nenhum vive ou viveu no Pico, nem tem raízes nessa ilha,
apesar dos laços que os conectam à dita e do enraizamento que vai tomando conta dos seus seres... Tratar-se-á de um
problema de locus ou de topos? Nem uma coisa nem outra, seja em
latim ou em grego: não se trata de uma problemática, é simples-mente uma questão de caminhos. Um misterium
tremendum et fascinans.
Ó Pedro Silva (Pico - Açores, 2016)