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«Minha senhora, o meu ideal, no fundo, ao que
penso, foi sempre ser vadio, sabe.»
Agostinho da Silva
(in
FRANCO, 2015: 38)
Agostinho da Silva «dava de bom grado um dos mindinhos por
um dia de conversa e o papa-léguas que dava outro por uma longa tarde de
marcha» (FRANCO, 2015: 112). «Foi um andarilho, que bateu os sete cantos do
mundo, e fez da vadiagem um sistema de vida e até de pensar» (FRANCO, 2015:
149).
NOTA
A vida e a obra de Agostinho da Silva são verdadeiramente excepcionais
e alvo de estudo sob diversos formatos e perspectivas... A biografia de Cândido Franco (Quetzal,
2015) revela de modo primoroso essa excepcionalidade, desde logo ao
denominá-lo Estranhíssimo Colosso e ao
caracterizá-lo nos seguintes moldes: «prosador de altíssimos dons, narrador
inventivo, cronista subtil, biógrafo monumental, pedagogo de largo esforço,
monitor de fina manha, professor de sucesso, pensador destemido, poeta bissexto,
gramático de muita língua, estóico severo, homem de desleixada túnica,
entomologista, tradutor, criador do Centro de Estudos Afro-Orientais, escândalo
bíblico, trickster, ogã de
terreiro baiano, patriarca de larga tribo, povoador, amante, perrexil, poliglota,
sonhador, farsante, polígamo, explicador, joaquimita, gato, galo, sábio,
escuteiro, pop-star, colosso,
bandeirante, franciscano anormal, homem do tá-tá-tá, aprendiz de valsa, cidadão
do mundo, aldeão antigo, monstro, vadio truculento, marau divino, criança
eterna, biógrafo de Miguel Ângelo, homem de cinco cabeças e dez instrumentos
(…), o optimista, o entusiasta, sem a mais pequena mancha de desânimo no
futuro.»
REFERÊNCIA
BIBLIOGRÁFICA
FRANCO, António Cândido. O Estranhíssimo Colosso.
Lisboa: Quetzal, 2015, pp. 736. ISBN 978-989-722-186-6
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