sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Por aqui e por acolá


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«Minha senhora, o meu ideal, no fundo, ao que penso, foi sempre ser vadio, sabe.»
Agostinho da Silva 
(in FRANCO, 2015: 38)

Agostinho da Silva «dava de bom grado um dos mindinhos por um dia de conversa e o papa-léguas que dava outro por uma longa tarde de marcha» (FRANCO, 2015: 112). «Foi um andarilho, que bateu os sete cantos do mundo, e fez da vadiagem um sistema de vida e até de pensar» (FRANCO, 2015: 149).


NOTA
A vida e a obra de Agostinho da Silva são verdadeiramente excepcionais e alvo de estudo sob diversos formatos e perspectivas... A biografia de Cândido Franco (Quetzal, 2015) revela de modo primoroso essa excepcionalidade, desde logo ao denominá-lo Estranhíssimo Colosso e ao caracterizá-lo nos seguintes moldes: «prosador de altíssimos dons, narrador inventivo, cronista subtil, biógrafo monumental, pedagogo de largo esforço, monitor de fina manha, professor de sucesso, pensador destemido, poeta bissexto, gramático de muita língua, estóico severo, homem de desleixada túnica, entomologista, tradutor, criador do Centro de Estudos Afro-Orientais, escândalo bíblico, trickster, ogã de terreiro baiano, patriarca de larga tribo, povoador, amante, perrexil, poliglota, sonhador, farsante, polígamo, explicador, joaquimita, gato, galo, sábio, escuteiro, pop-star, colosso, bandeirante, franciscano anormal, homem do tá-tá-tá, aprendiz de valsa, cidadão do mundo, aldeão antigo, monstro, vadio truculento, marau divino, criança eterna, biógrafo de Miguel Ângelo, homem de cinco cabeças e dez instrumentos (…), o optimista, o entusiasta, sem a mais pequena mancha de desânimo no futuro.»

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
FRANCO, António Cândido. O Estranhíssimo Colosso. Lisboa: Quetzal, 2015, pp. 736. ISBN 978-989-722-186-6


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