O caminho estreito
Também esta cabana de colmo
se há-de transformar
em casa de bonecas
Que glória
as folhas verdes as folhas novas
sob a luz do Sol
Nem o picanço
tocará esta ermida
suspensa entre as árvores de Verão
Ficou plantado o arrozal
quando me despedi
do salgueiro
O berço da poesia
os cantos dos plantadores de arroz
no longínquo norte
Mãos que hoje plantam arroz
outrora ágeis desenhos
imprimiam como uma pedra
Das cerejeiras em flor
ao pinheiro de dois troncos:
três meses
Criadoras de bichos da seda
as suas roupas
aroma de antiga inocência
Na frescura
me estendo
como no meu leito
Quietude:
as cigarras escutam
o canto das rochas
O cálido dia:
o rio Mogami
deita-o ao mar
Cabanas de pescadores:
apanhando a frescura do entardecer
estendidos sobre as portas
Os ninhos de "misagos"
sobre uma rocha no mar:
jurariam as ondas não lhes tocar
O Sétimo Mês
a noite do sexto dia
não me parece a de sempre
Penetro no aroma do arrozal
à minha direita
a cólera do mar
O sol arde
sem compaixão
Mas o vento é de Outono
Que nome delicado
O vento entre os pinheiros
os trevos e os juncos
Se hei-de morrer no caminho
que seja entre os campos de trevo
Hoje o orvalho
apagará o teu nome
do meu chapéu
Toda a noite
escutei
o vento de Outono na montanha
Matsuo Bashô
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