quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Mas não é a mesma coisa?!

 O que me calhou na rifa: Disneylândia (Paris)!!! Ó Pedro Cuiça (Agosto de 2015)

«As viagens mais incríveis fazem-se às vezes sem sair do mesmo lugar.»
Henry Miller – O Mundo do Sexo e Outros TextosLisboa: Dom Quixote, 1987, p. 45

Não, este não se trata de mais um texto apologético sobre as maravilhas de Viajar no Sofá. De facto, como creio que terá ficado relativamente bem demonstrado, podemos efectivamente viajar sem sair do mesmo lugar. Poder, podemos… mas não é (certamente) a mesma coisa! Este é um texto sobre aquilo que (real-mente) é e o que parece... O que sub-entende uma essência “da coisa”, abordagem para a qual não estamos habilitados (ou motivados?), por isso cingir-nos-emos, então, a meras aparências ou ilusões. Faceta, aliás, que não é de somenos importância tendo em conta a preponderância da mesma na superficialidade dos dias (e, já agora, das noites). Deixaremos o mergulho nas profundezas da realidade (ou par’além desta!) para uma outra altura, mais auspiciosa, na qual nos sintamos mais versados (ou motivados?) nas artes respiratórias, mormente no tocante a apneias.

Enfim, nos últimos tempos, tenho pensado bastante acerca das aparências e das ilusões por estas provocadas (ou vice-versa?), fenómeno pródigo em mal-entendidos, confusões e outras tropelias. Aquilo que o povo, na sua sabedoria secular, expressa, de forma muitíssimo acurada, por “as aparências iludem” ou de modo mais singelo por “as iludências aparudem”! Depois de seis dias em grandes andanças por Paris, outras tantas jornadas de caminhada e/ou corrida à beira-mar, no “meu al-Gharb”, e meia dúzia de passeatas diárias em Lisboa, poderei dizer que regressei a casa. Mas, trocadilhos à parte, as cogitações não só continuam como ter-se-ão mesmo agravado… 

Paris (esquerda) e Lisboa (direita) Ó Pedro Cuiça (Agosto de 2015)

Após as intensas deambulações na dita “cidade luz” des-cubro a luz-boa às portas de casa, tal como o notório (ou aparente?) contraste entre a cidade e o campo (e/ou a praia?). Relembro velhas espiritualidades desta finisterra a-Ocidente e dou por mim em divagações sobre a vivência dos amplos espaços e a síndrome de Lemúria ou o regresso a formulações filosóficas acerca de conceitos como “natureza”, “natural”, “sobrenatural” e “artificial”. Talvez seja do tempo – não sei se derivado das temperaturas amenas para a época, se dos nevoeiros matinais – ou quiçá seja algum sinal dos tempos – não sei se algo oculto dans l’air du temps. Talvez tenha sido “por estas e por outras” que decidi publicar, um dia destes, aqui no Pedestris, um “trabalho” sobre Conceitos(s) de Natureza. Por isso, na verdade, estas parcas palavras constituirão (ou não?) um simples intróito circunstancial! 

A arte viva: Rimbaud (Montmartre - Paris) Ó Pedro Cuiça (Agosto de 2015)
A síndrome de Lemúria: Mona lisa (Louvre - Paris) Ó V.R. (Agosto de 2015)
Os vastos espaços de ar livre: "praia de Faro" (Algarve) Ó Pedro Cuiça (Agosto de 2015)

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