Gripe Espanhola © N.A. (1918)
Neste ano de 2020, como se pode facilmente constatar,
não tenho tido ensejo de escrever posts neste nosso blog. Tratar-se-á
de um ligeiro cansaço de “pregar (praedico -are) aos peixinhos”? Uma
fartura de superficialidade e de alienação, de tudo ou quase tudo se reduzir ao
(i)mediatismo “económico”, a par da destruição da natureza e de uma dessacralização
generalizada? Quem sabe?! A falta de ensejo persiste, mas não poderia deixar de
fazer esta intervenção no dia de hoje. Não para (re)formular considerandos sobre
o ambiente a nível global e/ou local, como por exemplo desde que se generalizou
a Covid-19 terem surgido notórias evidências de decréscimo de poluição, ou,
menos ainda, enunciar qualquer tipo de desígnio da Mãe Terra ou deidade!…
Que estamos a viver o fim do mundo não há
dúvida: o mundo como o conhecemos não voltará a ser o mesmo após este Coronavírus.
Depois de passar esta brutal fase pandémica teremos oportunidade, oxalá (se
Deus quiser), de reflectir sobre isso… E mais importante de promover um mundo
melhor. Mas agora estamos em guerra e é precisamente esse facto que faz com que
escreva estas parcas mas sentidas palavras. Este não é o momento nem para
críticas, nem para profetismos, é a altura de sermos efectivamente solidários,
cívicos e operativos (ao invés de especulativos). E por estarmos em guerra
devemos estar fortes, física e psicologicamente, para enfrentarmos as
circunstâncias adversas com que nos iremos deparar. Desde logo, tomando todas
as medidas de protecção individual e social recomendadas pelas autoridades, mas
também fortalecendo o nosso sistema imunitário para resistirmos ao vírus. É fundamental
implementar uma alimentação adequada, exercício físico moderado e as necessárias
horas de sono, usufruir de ar livre e radiação solar. Neste contexto, gostaria
de dar um especial realce ao artigo Coronavirus and the Sun: A lesson from the 1918 Influenza Pandemic, de Richard Hobday. Artigo que evidencia
a importância do ar livre e da radiação solar no combate a pandemias virais: «A
combination of fresh air and sunlight seems to have prevented deaths among
patients; and infections among medical staff. There is scientific support for
this. Research shows that outdoor air is a natural disinfectant. Fresh air can
kill the flu vírus and other harmful germs. Equally, sunlight is germicidal and
there is now evidence it can kill the flu vírus.» Outras terapias poderiam
desempenhar um importante papel nesta luta, como as caminhadas ao ar livre e os
banhos de floresta, promovidos por Yoshifumi Miazaki, mas, tendo em conta o confinamento
a que estamos e estaremos sujeitos nos próximos tempos, tal não será recomendável
e creio que muito em breve nem permitido. Mas tal não impede, antes estimula,
que as nossas casas sejam devidamente arejadas diariamente e que o sol possa
entrar o mais possível no seu interior. Nas varandas, nos quintais ou até à
janela é possível desfrutar de banhos de sol e fazer alguns exercícios físicos
e/ou mentais, como ginástica, ioga ou meditação, entre outras possibilidades.
Vamos ter de enfrentar tempos difíceis, mas a Primavera aproxima-se e melhores
dias virão. Cuidem-se e cuidem…
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