O
jornalista e escritor Stephen Grahan
(1884-1975) ter-se-á tornado um fervoroso adepto da caminhada, à semelhança de Henry-David
Thoreau (1817-1862) ou John Muir (1838-1914), na razão directa do seu cansaço crescente
face ao mundo industrializado em geral e da civilidade inglesa em particular.
No seu primeiro livro A Vagabund in the Caucasus (1911), Grahan
faz alusão ao começo da sua vida como “vagabundo” em termos bastante
contundentes: «where
I had sold myself to work, I had now bought myself back». Após a sua partida para “explorar” a
Rússia nunca mais voltaria a trabalhar com horário e sítio fixos, pois decidiu trocar,
nas suas palavras, a «dependência do homem pela dependência de
Deus». Na verdade, a
exploração em que se envolveu profundamente não foi sobretudo ou meramente de
natureza geográfica mas sim a de si próprio (exploring the self). E essa exploração, busca ou (re)descoberta
espiritual recorreu (ou processou-se) significativamente ao (através do) andar a pé. A
caminhada no terreno foi, pois, acompanhada simultaneamente por tão ou mais
notórias deambulações por geografias interiores…
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